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sábado, 31 de maio de 2014

Aguenta bronze, não me esqueci de ti


Tenho tantas saudades do meu bronze, nem me sinto a mesma sem o ter. Há uns dias fui tirar fotos, teve mesmo que ser, e parecia mais pálida que sei lá o quê, apesar de algumas pessoas invejarem o meu "não-bronze". E só de colocar lado a lado com as últimas fotos que tirei (precisamente no fim de umas férias de Verão), até dava vontade de chorar.
Gosto de ter cor, gosto dos raios de sol na pele bronzeada, gosto do efeito da água, gosto de usar cores frescas e leves. Vem Verão, invade-me a alma e a pele!

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

# Underneath The Skin There's a Human


Era uma noite como outra qualquer e deambulava pelas ruas cobertas de gente. O fim do Verão não dava de si, o calor abrasador que se fazia sentir era cheio e envolvente. Ao longe, avistou o mesmo rapaz que a abordara horas antes mas desta vez acompanhado por um homem possivelmente de meia idade. O rapaz acenou-lhe e com um passo descontraído, ela aproximou-se. Agora de perto reparara no senhor sentado, de cabelos meio grisalhos e trajes simples. Não era um senhor pomposo, era um senhor da serra. Os seus olhos postos nela intrigavam-na e traziam-lhe afabilidade, era um olhar honesto e cortês. Falara por minutos com o rapaz e encontrava-se na despedida, pois nem sabia se o voltaria a ver. Então de repente os lábios do senhor movem-se e as suas palavras são inesperadas. És linda, parabéns. Sentiu-se completamente apanhada desprevenida, desnorteada. Tudo de bom para ti na tua vida, que sejas feliz e alcances os teus sonhos. Tudo de bom. As dóceis palavras proferidas aterram no seu ser com tamanha incredulidade. Ela agradece continuamente, com um sorriso tímido. De regresso a casa, aquelas palavras ecoam na sua mente. És linda, parabéns. Como é que é possível? És linda, parabéns. Sente-se enternecer e certamente explicação não a consegue encontrar. És linda, parabéns. Não era a primeira vez que ouvia comentários deste género mas desta vez tinha sido diferente. Um estranho, sem qualquer intenção de ter algo em troca ou de a arrebatar. Apenas um comentário genuíno, sem gozo ou maldade, na sua clareza e simplicidade. E pela primeira vez em muito tempo, ela não desprezara tal comentário como um elogio sem fundamento. Chegou a casa, colocou-se em frente ao espelho e por momentos baixou alguma qualquer barreira que a toldava. Por ínfimos segundos, inspirou as palavras do senhor e sentiu lágrimas deslizarem suavemente pela sua face deixando-a a brilhar como uma superfície bela e polida. Por uma pequenina fracção de segundos, ela via, ela realmente via o que o senhor dizia, ela observava algo mais que prendia o seu olhar ao espelho, que a impelia a olhar mais e mais de perto tentando perceber o que mudara. Por momentos e momentos apenas, ela viu o que outros clamavam ver, ela sentiu um gostinho de verdade em todas as palavras que rebaixara. E num abrir e fechar de olhos, tudo voltara ao habitual. O espelho já a repelia e tudo o que observava seria ordinário e comum. Ainda não é hora mas um progresso foi feito e no coração aloja-se a esperança. Talvez, e só talvez, haja mesmo algo mais a sentir e a perceber.

domingo, 8 de setembro de 2013

Hotspot


Todos os anos em Setembro, é a altura das festas da localidade onde moro. E há um "cantinho" que se chama Hotspot em que consiste numa tenda com animação todas as noites e bebidas para consumir. Este espaço é dinamizado pela Unir, uma organização dos universitários aqui da terra, e pelos finalistas na altura da realização, ou seja, eu vou para o 12º e sou finalista e vou estar sempre a trabalhar lá. Concluindo, nós temos as nossas "bancas" e fora os gastos na bebida, animação, espaço, licenças e tudo mais que é em conjunto, os lucros de cada associação é inerente a cada uma consoante o consumo nas suas "bancas". E são 9 noites seguidas de festa. Começou esta sexta e eu ando tão cansada que dói. Tenho turnos de duas horas, noites com um turno e noites com dois turnos mas claro que se for preciso, eu ajudo mesmo não estando no meu turno. No final de contas, quase que mais valia acampar lá. Vamos para lá um pouco antes das 6 da tarde para limpar tudo e deixar tudo preparado para a noite e depois só saímos de lá às 4 da manhã ou como no caso de ontem às 5, visto que tínhamos ainda montes de gente e não íamos fechar assim.
Para começar e porque situações para vos contar não faltam, na primeira noite tive de levar o meu ex-namorado a casa e por ex-namorado entenda-se o rapaz com quem estive à 3 anos atrás, vamos chamá-lo de X. Nunca o tinha visto naquele estado, dois rapazes levaram-no quase a arrastar em que um deles é muito próximo de mim e o X pelo caminho lá disse umas vezes "desculpa Joana" como se tivesse que me pedir desculpa por estar naquele estado... Nunca falei dele porque não é propriamente relevante, mas vamos resumir: o X cometeu alguns erros difíceis de engolir e a relação já tinha alguma bagagem negativa e não estava a dar e eu demorei um ano, talvez dois a ultrapassar isso. Quando eu digo ultrapassar, é esquecê-lo completamente e estar em paz com o que se passou e não guardar rancor com nada ou ninguém. Claro que me marcou a personalidade e a maneira de ser e isso traduz-se um bocado no facto de o meu ex-namorado ser de à 3 anos atrás. Mas concluindo, esse rapaz que ajudou a levá-lo gosta de mim e estar a ouvir o X bêbado a falar para mim foi no mínimo estranho. Também o levámos não só a casa como à cama. Sim, um trabalhão mas fosse ele ou outro qualquer meu conhecido eu teria ajudado independentemente de tudo.
Ontem, foi pior. Eu estava a trabalhar fora do meu turno e chegou lá um rapaz a pedir água com sal e uma rapariga que estava lá comigo disse que percebeu que era para uma amiga minha. Fui de imediato com o rapaz e encontrei-a deitada num banco a vomitar e muito mal. A partir daí nunca mais a deixei, estava na companhia de uma rapariga que é bombeira, tentei que ela ficasse acordada e que falasse comigo, apesar de que ela estava bastante agressiva e esbracejava para que ninguém lhe tocasse ou agarrasse e tentámos deixá-la bem e levá-la para casa mas nada estava a resultar e ela acabou por ficar deitada no chão e tivemos que chamar os pais dela e os bombeiros. Neste momento, já está tudo bem, fizeram-lhe uma lavagem ao estômago e ela tomou um banho, descansou e já falei com ela ao telemóvel. Tudo ok mas foi um susto a valer e ela nem se lembra de nada, nem ninguém sabe com quem ela estava quando aquilo aconteceu. Hoje vamos tentar saber mais e eu vou reconstituir-lhe tudo o que ela não se lembra e que aconteceu a partir do momento em que eu a encontrei. Ela é bastante próxima de mim, andou comigo na natação, é da minha turma e inclusive faz parte dos meus turnos. No momento eu estava com a adrenalina toda e apesar de preocupada, estava focada mas assim que ela entrou na ambulância e o alvoroço acalmou e eu caí em mim é que me dei conta. Com estas coisas não se brinca e por favor, não abusem vocês também do álcool dessa forma e tenham cuidado com as misturas. Para o vosso bem e de quem se preocupa com vocês. 

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

# Ascot: Day 3

                                        Nota: esta era a cadeirinha e aquele é o Stuart, bem como a Karina a olhar para a câmara

Segunda-Feira. Hoje custou-me mais a levantar, parece que a noite passou mais depressa e não descansei tanto. Ao pequeno-almoço ía ficando mal disposta, não sei como é que conseguem comer ovos e feijão logo de manhã. Eu fiquei-me pelas torradas e leite. E um momento engraçado foi que eu cruzei-me com o meu professor e ele disse literalmente "bom dia" e a minha resposta foi automática, só depois de ele desaparecer para a mesa dele num segundo é que eu processei a situação e fiquei de sorriso na cara. Não sei se já referi mas eu era a única portuguesa, tive o azar de um português também solitário ter ido embora no dia anterior à minha chegada e eu só soube isso mais tarde quando me falaram dele, Bernardo. Portanto, aquelas foram as únicas palavras em português que eu ouvi nas duas semanas inteiras.
As aulas passaram bem e do almoço nem vos falo. A massa não sabe a nada e basicamente comi alface e melancia. Quer acreditem, quer não, muitas das minhas refeições foram só isso.Não quero rebaixar a cozinha inglesa mas não sei se eles conhecem algo a que chamamos condimentos. Até podia confessar que se calhar sou eu que sou muito esquisita mas era a opinião geral e no inquérito que nos faziam do que podiam melhorar, comida era o único tópico falado. A sorte é que eu fui preparada para lá. No meu quarto, o meu canto esteve sempre arrumado e na parte debaixo da cama havia gavetas. Numa compartição eu guardei a mala de viagem, numa gaveta ficou a roupa interior e na outra gaveta era a minha mini despensa. Bolachas, fruta,... Foi a minha salvação!
Às 2 da tarde fui para a natação, porque antes das aulas fui ao escritório e mudei a minha actividade. Sabem uma coisa? Melhor decisão de sempre! As actividades da tarde eram das 2 às 5, então nós tínhamos uma hora de natação "a sério" e duas horas a relaxar, a fazermos o que quiséssemos na piscina. O professor chamava-se Stuart, já competiu tal como eu, 22 anos, irlandês, moreno de olhos azuis claros. Muito simpático e até quis que eu lhe ensinasse algumas palavras em português. Gostei mesmo dele, falava comigo e adequava as tarefas para as minhas capacidades. Não para me fazer superior mas obviamente que eu tenho capacidades que miúdos que mal metem os pés numa piscina para nadar a sério não têm. Ah e não dividia as pistas com igual número de nadadores, o que foi muito bom. Tinha lá 4 russos, 1 alemão e uma espanhola, a Manuela que ficou lá as 6 semanas inteiras de curso, esteve lá desde o inicio. Ela tinha uma pista só para ela, eu dividi a minha com o alemão e os russos ficavam nas outras duas. O alemão era o Marek e tinha 15 anos, loiro de olhos azuis. Ele estava com algumas dificuldades e assim a primeira vez que falei com ele foi para lhe dar palavras de incentivo e tornar aquela hora um pouco melhor para ele porque não era o seu meio e achei que se fosse ao contrário, eu gostaria de alguém que mostrasse simpatia.
Havia também uma russa, a Karina, de apenas 10 ou 11 anos e uma autêntica pestezinha hiperactiva. Quando começámos a aula e ela decidiu reparar em mim, perguntou-me de onde é que eu era e a segunda pergunta foi se eu falava russo. Há que salientar que as primeiras perguntas entre toda a gente eram: "de onde vens?", "qual é o teu nome?" e eventualmente "quantos anos tens?". Depois dependendo das pessoas, travavas uma conversa e perguntavas coisas sobre as suas vidas bem como respondias às questões que te colocavam ou então demonstravam total desinteresse em saber mais e pronto. O que me chegou a acontecer e deixava-me frustrada porque eu queria falar com as pessoas, não para me intrometer mas para travar conhecimentos e poucos estavam na minha onda. Foi a única vez que eu e a Karina tivemos uma troca de vocábulos e só um aparte, ela ficou de castigo umas quantas vezes. Outro ponto a salientar é que os russos têm um alfabeto diferente, o alfabeto cirílico, e eu atribuo a isso a questão de eles falarem maioritariamente em russo uns com os outros e em vez de actividades terem inglês intensivo e não conseguirem estabelecer bem uma conversa ou sequer mostrar interesse porque não sabem como comunicar. Pelo menos eu quero acreditar nisso porque não posso levar a mal nem a nível pessoal, para além de que sendo de outras idades estão-se a borrifar para a troca de culturas e só se querem divertir com os amigos.
Avançando, assim que acabou a hora de natação a sério, Stuart lançou na água algumas bolas e colchões e é óbvio que eu me lancei logo a um, nadando até à borda da piscina do lado dos vidros e fiquei lá parada a tentar apanhar os pobres raios de sol que sorriam para mim ao tentar afastar as nuvens. Eu quase que diria que ganhei um complexo porque eu todos os verões fico imensamente bronzeada, mesmo preta, e este ano já fui para lá o que eu considero não muito bronzeada e é óbvio que não era lá que ia melhorar isso, então estava sempre à borda da piscina e quando me perguntavam para quê, eu dizia sempre que não queria perder o meu bronze. Apesar de que eu era a mais bronzeada e o Stuart dizia-me sempre a rir "Perder o bronze? Olha lá para mim, eu é que não tenho bronze nenhum". Agora podem estar a pensar "que anti-social, na borda da piscina sozinha" mas na realidade eu não queria intrometer-me e não conhecia nenhum dos russos por isso ficava ali e pensava na vida e falava com o Stuart quando ele passava por lá ou se sentava na sua cadeira de nadador salvador. Entretanto, eu estava muito bem deitadinha no colchão na água e de repente aparece o Pascha a sorrir junto a mim, enquanto o Nikkita vai por baixo de água e me vira o colchão. Nós já tínhamos trocado sorrisos/olhares durante a primeira hora mas não tínhamos falado, excepto o Nikkita que efectivamente já tínhamos trocado umas frases em relação ao treino. E bem, Pascha é um diminutivo para Pavel que é o seu verdadeiro nome (eu só descobri isto nos últimos dias) e é o goofy russian guy super alto da minha idade (how shocking, pelo menos alguém) mas que não sabe falar muito inglês e o Nikkita é mais atlético e nadava bastante bem até, tinha 15 anos e safava-se no inglês. Das 4 às 5 normalmente vinham sempre mais alunos da parte das multi-actividades ou porque tiveram um bónus ou something e juntou-se outro rapaz a eles. Bem como chegou o Loris, um rapaz suiço de 15 anos que ao falar alemão se tornou grande amigo do Marek (e também era loiro de olhos claros). Novamente, estava eu muito bem a apanhar sol no colchão no mesmo local e chegaram os ditos cujos. Colocaram um colchão por cima de mim e fizeram assim uma sandwich portuguesa, até que tiveram a brilhante ideia de a tornar internacional então fizeram-me um mega moche no colchão dentro de água. Foi engraçado e tanto isso como os virar do colchão eu não levei a mal e ri-me e entrei nas brincadeiras. Entretanto eu estava deitada no colchão e decidiram pegar nas pontas e levar-me a passear, eu claro que agradeci e foi aí que perguntei nomes e idades (já sabia que eram russos) e o rapaz que se tinha juntado a eles chamava-se Philippe. Entretanto eram 5 horas e após tomar um banho, regressei à casa onde me deitei a relaxar uns minutos até termos de ir jantar. E foi fazer a festa porque o jantar foi chickenburger! Thank you lord.
Após o jantar, fomos jogar Bowling! E foi a minha primeira vez, eu estava algo nervosa e acabou por ser bastante interessante. De manhã tínhamos assinado o nosso nome em grupos e como eu fui a última da turma a preencher já não tinha espaço na lane deles então fiquei com gente que eu ainda não conhecia e foi divertido. Depois regressámos à escola e fomos para os respectivos quartos porque já tínhamos chegado tarde e era hora do check in.

XOXO,
Joana when in England

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

# Ascot: Day 2

Nota: este é um dos cantinhos da escola e a foto é minha, por isso peçam se por qualquer razão quiserem usar, merci!


Domingo. Primeiro dia de aulas e mais carregado porque é uma excepção em que temos não três mas cinco horas de inglês no total do dia.
Tomei o pequeno-almoço, aproveitei uns raios de sol num dos recantos da escola e fui ter o meu teste. Consistia num teste de aptidões, um teste diagnóstico para nos afiliar a uma das turmas existentes sendo que são níveis diferentes. Era uma pequena selecção de perguntas de escolha múltipla sobre gramática, um esquema para interpretar com respostas de sim ou não, dois textos para interpretar e responder às perguntas e por fim um texto sobre um dos tópicos apresentados. Durante o teste, um dos professores presentes sentava-se connosco e fazia algumas perguntas simples do porquê de irmos para lá, o que gostamos de fazer, etc. com o objectivo de testar a oralidade e sei que nessa parte tive "int.", agora não me perguntem o que significa. Depois esperámos, fomos para o auditório/teatro onde nos apresentaram o curso e um pouco da escola e após isso, foi o intervalo das 10 e meia. Às 11 todos os alunos estavam a caminho das suas aulas e nós, os recém-chegados, fomos reunidos no átrio e eles faziam a chamada dos grupos divididos consoante os resultados obtidos nos testes. Estavam lá imensos russos, nos seus 12 ou 13 anos possivelmente e ficavam quase todos nos mesmos grupos.  Eu não incidi sobre esse pormenor mas 99,99% dos alunos eram mais novos que eu e por algumas serem mais altas que eu, tendo menos uns anos, uma pequena de 10 anos, a Martina que é da Áustria, achava que eu tinha 14 anos. Foi um bocado um choque, I mean, eu sei que não sou alta e devia ser um elogio eu parecer mais nova mas é estranho e a partir daí até ficava "envergonhada" em dizer a minha idade quando perguntavam.
Mas continuando, quando eu fui chamada, foi juntamente com a Francesca e a Carolin que é da Alemanha. Apenas três. Para a turma dos melhores. Então fomos levadas para a nossa sala e totalizámos 9 alunos. A Anna que eu já tinha falado, a Francesca, a Carolin, a Lena da Alemanha, bem como a Elena e a Anna-Lena, o Vladyslav da Ucrânia e a Nazrin do Azerbeijão. O professor chama-se Brandon, é do Canadá mas vive nas ilhas Canárias e já viajou imenso pelo mundo. Já, inclusive, deu aulas e viveu em Portugal. Acho que me achou interessante, o facto de eu estar ali, porque não se ouve falar muito dos portugueses, apenas no que toca a futebol e problemas económicos (sim, ele mencionou essa tristeza na minha apresentação à turma). Cada aluno novo, ele fazia perguntas para que nos conhecêssemos melhor e até projectava imagens dos nossos países. Ao contrário do que possam pensar, não eram aulas de intensivo inglês e é uma das coisas que adorei foi ter ficado com aquele professor, fora do vulgar. Falávamos do mundo, cada semana tinha um tema e aquelas duas foram o Ambiente e História, por isso fizemos alguns projectos relacionados com isso, alguns textos inventados em grupo, discutíamos esses temas. Acho que o mais enriquecedor foi a oralidade e claro se dávamos algum erro, ele prontificava-se a rever a gramática nesse aspecto mas não era algo que tratássemos a toda a hora. Um exercício que eu gostei particularmente foi ele pegar no dicionário e havia três categorias: a person who..., a object which... e a place where... então ele lia a definição de algo dentro destas categorias e nós tínhamos de dizer o nome. Melhor do que a gramática, é trabalharmos o vocabulário e eu achei excelente.
Quanto aos trabalhos de grupo só havia uma coisa chata, eu estar com duas alemãs e a conversa acabava por descambar sempre para o alemão. Elas não faziam por mal, acabei por perceber isso e eu gosto delas, simpáticas e uma delas até tem alguns aspectos na personalidade semelhantes a mim, mas eram momentos em que eu ficava apenas a olhar e a tentar decifrar alguma palavra que conhecesse. Até acabou por ser engraçado porque ao 3º ou 4º dia de aulas, uma delas perguntou-me se eu compreendia tudo o que elas falavam e eu disse que não, zerinhos, e ela riu-se espantada porque disse que eu olhava para elas com cara de quem estava a perceber tudo.
Pronto, à tarde após as duas horas extra de aulas, temos oportunidade de escolher o que queremos fazer e eu escolhi dança para ver como seria, dado que foi a minha escolha para a semana inteira e eu só podia alterar isso até à manhã do dia seguinte. A verdade é que foi basicamente ballet e não é definitivamente a minha cena. Eu até me safava, não conseguia à primeira mas tentava outra vez e tudo bem, diria que não foi uma catástrofe para primeiro contacto com a dança mas não me cativa minimamente, não o estava a fazer por gosto e com aqueles momentos de aborrecimento que por vezes apareciam ao inicio, decidi que precisava de uma actividade que me entusiasmasse e que tornasse tudo melhor. Claro que a resposta era óbvia e apesar de ir contra a minha ideia de ser uma viagem cheia de coisas novas, eu decidi que ia mudar para natação enquanto podia.
Voltei para a casa, tomei banho, preparei-me para o jantar, depois do jantar tivemos actividades em equipa. As equipas são as turmas e passámos por quatro estações diferentes. Foi divertido e trabalhámos em equipa. Depois às 9 voltámos para o quarto e fiquei na conversa com as meninas até ser hora de ir marcar o ponto.
XOXO,

Joana when in England

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

# Ascot: Day 1


Sábado. Eram 6 da manhã, já eu me tinha despedido dos meus pais e da minha irmã que me foram deixar, já tinha passado pelo controlo de passageiros e estava sozinha, por minha conta, no aeroporto à espera.
Junto à minha porta de embarque estava um rapaz também sozinho, loiro, olhos claros e bem parecido. Pelo que eu consegui ler no passaporte dele (shame on me) parecia ser da Irlanda ou Nova Zelândia. A minha aposta é Irlanda porque ele foi no meu voo, umas filas à frente e era um voo de ligação. Não pensem que sou uma stalker, só me pus a sonhar que ele também fosse para o mesmo sítio que eu e estava apenas a verificar!
Voltando ao embarque, foi um misto. Por um lado, estava apreensiva se tinha os papéis comigo, tudo em ordem mas por outro, viajar sozinha deixou-me com uma sensação que não vos sei descrever. Uma sensação de autonomia, de uma certa independência, de auto-realização, whatever. Não vos sei precisar.
No avião não tive ninguém sentado junto a mim e o voo foi rápido. Mais uma vez fui preenchida por um nervosismo/entusiasmo no momento de aterragem e dirigi-me ao tapete da bagagem porque a minha única preocupação nem era que me fosse perder ou que me acontecesse alguma coisa, era mesmo ter a minha mala comigo. Depois dirigi-me à zona onde as pessoas são esperadas e aí senti-me um pouco perdida porque a senhora, Naomi, que me foi lá buscar não estava nem com um cartaz com o meu nome como era suposto nem estava com o símbolo da escola à vista e eu é que tive que andar um bocado à procura dela.
A Naomi deixou-me com o táxi mas ela ficou no aeroporto porque tinha mais alunos para receber. O taxista que me levou até à escola não disse literalmente uma única palavra e nem tinha o rádio ligado por isso limitei-me a mergulhar no silêncio e olhar em volta. Para começar, o tráfico é diferente e o facto de ser trocado, condutor à direita e carro à esquerda, foi um bocado estranho.
Quando cheguei à escola conheci Snezana (lê-se Snejana), a chefe da minha casa e deixei as coisas no meu quarto. Existem duas casas para raparigas e uma para rapazes no lado oposto do campus. Aquilo é realmente uma escola durante o ano e os alunos ficam lá naquelas casas, cada quarto tinha plaquinhas na porta com os nomes dos verdadeiros residentes, por assim dizer. Foi nesse momento que recebi algumas instruções para a minha estadia e uma delas foi: horários!

7:30 da manhã- hora de acordar e levantar, a Snezana entrava pelos nossos quartos, dizia "Good morning girls, time to get up!", abria as cortinas e ía aos outros quartos. Ela não era mal disposta ou bruta mas não era propriamente muito simpática, por isso pronto.
8:00 da manhã- hora de tomar o pequeno-almoço na cantina e a casa fecha por isso levar a esta hora todo o material necessário para as aulas da manhã
9:00 da manhã- aulas de inglês
10:30 da manhã- intervalo e abrem um espaço onde podemos usar computadores (se estiverem disponíveis) e comprar bolachas ou batatas fritas ou gomas ou assim, que eles vendem
11:00 da manhã- de volta às aulas
12:30 da manhã- almoço na cantina
1:00 da tarde- a casa abre e a sala dos computadores também
2:00 da tarde- a casa fecha, a sala dos computadores fecha e temos de estar no pavilhão para marcar presença e começarem as actividades da tarde
5:00 da tarde- acabam as actividades, a casa abre
6:00 da tarde- a casa fecha, horas de jantar na cantina
6:30 da tarde- a casa abre
7:00 da tarde- a casa fecha, hora das actividades da "noite"
9:00 da noite- acabam as actividades, a casa abre
10:00 da noite- temos de estar no nosso quarto para a Snezana marcar lá um ü no nosso nome
10:30 da noite- hora (supostamente) de apagar as luzes

Depois levou-me para o pavilhão e conheci um grupo de raparigas. A Anna da Rússia, a Lena e a Antonia da Alemanha, a Barbara da França e a Raquel de Espanha. Foram elas que me acolheram por assim dizer, não me senti totalmente integrada mas foram simpáticas comigo. Mais tarde conheci a minha colega de quarto Etienette e a irmã Caprice, ambas alemãs e a colega de quarto da Caprice, a Francesca de Itália. Como era Sábado, à tarde pudemos fazer o que queríamos e tivemos a oportunidade da sala de computadores estar aberta. Eu só não vos disse nada este tempo todo porque o blogger carregava, carregava, carregava mas não abria. Ah e nem vos digo nada sobre o teclado inglês. Que atrofio. Ter os símbolos em lugares diferentes tudo bem mas eu tenho um sério problema com o português, faz-me imensa confusão português mal escrito e lá eu não consegui colocar acentos nas palavras. Conclusão, cada conversa que eu tinha sentia que estava a assassinar o meu rico português e já estão a ver a cena mas pronto, tive que me habituar porque era a única forma.
Nessa tarde antes de irmos para a sala de computadores, tivemos uma prova de orientação em equipas e foi muito chato porque havia lá três grandes grupos: russos, alemães e franceses. E eles falam imenso uns com os outros na língua deles e eu claro que fico a apanhar bolachas, o que não é nada simpático. Ainda por cima eu tinha acabado de lá chegar, não conhecia praticamente ninguém da minha equipa e nem conhecia a escola. Conclusão, eu decifrei três pistas correctamente mas eles não me deram ouvidos e por isso demorámos mais tempo que as outras equipas. A questão nem foi não termos ganho, foi eu estar certa e eles partirem do principio que não. Fiquei chateada por isso. E é que lembro-me perfeitamente, a primeira pista era "a place where you land after a hop, step and jump". A primeira coisa que me ocorreu foi logo triplo salto e perguntei se lá na escola tinham alguma caixa de areia, uma pista de atletismo, algo do género. E nada. Afinal existia sim mas eles decidiram que aquilo referia-se à piscina. Outra pista era "where you can wear customs, caps and goggles" e eu não sabia ao que se referiam com caps mas sabia que goggles são os óculos da natação e mais uma vez insisti em como achava que era óculos de natação e os fatos de banho logo seria a piscina mas eles gostaram da ideia de que se tratava do teatro. E pronto, Joana indignada. Mas nem dei mais importância.
Nesta primeira noite fomos a Chorleywood ter uma Disco Party mas eu estava cansada (afinal só dormi 4 horas nessa noite) e não foi lá muito divertido.
Aquilo às vezes chega a ser bastante aborrecido, ao ponto de elas jogarem bowling com garrafas e uma bola de meias no quarto, e eu estava cheia de saudades dos meus amigos ingleses. Para não falar de que estava a perder o meu sol cá em Portugal.

XOXO,
Joana when in England

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Estou de volta!


Tenho tanta coisa para contar que nem sei. Foi uma experiência única e tenho duas hipóteses para vos tentar dar uma ideia de como foi... Ou faço um post para cada dia que estive lá e fica tudo mais organizado e detalhado (caso a minha memória não me falhe, porque eu tentei escrever uma espécie de diário mas não deu) ou junto toda a informação num post e não me posso estender muito porque depois maça-vos. Querem ajudar-me?

sábado, 27 de julho de 2013

On My Way


Se tudo correu bem, estou a esta hora a descolar! Vou tentar contar-vos todos os acontecimentos e perdoem-me pela ausência dos meus textos.

XOXO,
Joana almost in England

sexta-feira, 26 de julho de 2013

English Friends



Estas duas semanas foram do melhor!
Fui ao Sunset da RFM e foi aí que me reencontrei com o meu amigo David que está a morar em Inglaterra e conheci os três ingleses que vieram com ele: Connor, Jake e Shaun. Ao início estava um pouco nervosa e relutante, mas depois já dava por mim a dançar montes de movimentos que partilharam comigo. Passámos a noite na praia e eu fui a única que não dormi porque estávamos bem longe de casa, com imensa gente lá de todo o lado e achei melhor ficar acordada. Eles não tinham dormido quase nada na noite anterior por causa da viagem de avião e por isso, a mim não me custou tanto.
Quando regressámos ao nosso local de férias, tem sido uma rotina bem óbvia. Acordava, ía acordá-los, praia, almoçar em casa, ir ter com eles, praia, tomar banho e jantar em casa, ir ter com eles e regressar por volta das 3. Numa das noites dormi lá na casa deles e estas duas semanas foram brutais, ri imenso e já sentia quase que eles estavam a falar comigo em português de tão bem que eu processava as conversas que no entanto eram todas em inglês. Eu parava por um momento e relembrava-me que estava a falar inglês porque já nem dava por isso.
Eles são uns queridos, muito divertidos e dão-se mesmo bem. Ontem partiu-me o coração deixá-los. Foram deixar-me a casa e estivemos meia hora à vontade no meio da rua após eu dizer as primeiras palavras de despedida. Demos abraços e eu fiquei de lágrimas nos olhos, com eles a olharem para mim ternurentos porque não é algo a que estejam acostumados. No fim, foram embora e eu cheguei à porta de casa mas segundos antes de bater à porta, parei por momentos e fiquei a pensar.. Se eu não fizesse mais nada ía arrepender-me, então virei costas silenciosamente e fui a correr atrás deles. Mais abraços, algumas lágrimas mas senti-me realizada, por assim dizer. Foi algo que fiz e sabia que se não fizesse ia ficar arrependida o resto do tempo. Depois lá me pus a caminho de casa e uns metros depois, foram eles a aparecer atrás de mim. Hoje, às 7 da manhã, quando estava prestes a partir o Connor apareceu lá e deu-me um último abraço. Foi tão querido.
Foi muito difícil e ainda falar disso me toca. É tão diferente estas relações assim e eu tenho pena de não os ter comigo durante o ano, acho que não tenho amigos como eles. Eles voltam para Inglaterra na quarta e até quiseram ir visitar-me à escola onde vou ficar, se eu puder receber visitas. Eu ofereci a minha casa sempre que quiserem vir a Portugal e para o ano eles voltam ou caso contrário eu tentarei ir lá, mesmo.
Eu vou contando pequenas aventuras destas últimas semanas, mas agora vou dormir pois daqui a quatro horas tenho de acordar e despachar-me para o aeroporto! Vou tentando actualizar-vos, beijinhos *

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Saudades


Tenho um amigo de longa data e estou cheia de saudades dele. Todos os meses de Julho da minha infância,  ele estava lá e apesar de ser a única altura do ano em que nos víamos, fazíamos com que valesse a pena. Com ele tive mil e uma brincadeiras e chegou uma altura em que juntamente com um nosso amigo de verão, o ritual era sempre o mesmo... Praia de manhã, ir para casa almoçar, esperar uns minutos e dar corda aos sapatos para nos encontrarmos na casa de um dos três, até irmos para a praia de novo. A jogar desde playstation a monopoly, criámos ali uma grande amizade. Este meu amigo de quem vos falo é a pessoa mais divertida do mundo e há uns três ou quatro anos (já não sei) mudou-se para Inglaterra. Apesar de continuar a visitar Portugal, com períodos incertos, não voltou a ser a mesma coisa. No entanto, após o primeiro impacto do regresso, percebe-se que continua lá o mesmo rapaz de sempre e é bom.
Este ano, ele vem cá passar um mês e chega nesta sexta! Eu tenho andado tão ansiosa que até já sonho com a chegada dele. Vai ser diferente porque ele vai trazer dois amigos ingleses mas ao mesmo tempo vai ser brutal porque ele nunca gosta de falar inglês comigo, sempre é uma forma de não deixar o português morrer e assim eu vou poder falar com os amigos. Estou mesmo com vontade de o ver, dar-lhe um enorme abraço e fartar-me de rir com ele. O meu medo é que as coisas estejam um bocado estranhas, porque as vidas tomam rumos diferentes, nós mudamos e cada vez será mais difícil, mas eu espero bem que não.
Vai ser awesome e espero ter aventuras para vos contar!

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Londres, wait for me!



Eu sei que não vos digo nada à algum tempo e peço imensa desculpa. Têm sido os últimos testes, últimos trabalhos e graças a Deus, já acabou. Agora restam-me os exames mas não é disso que quero falar.
À dois meses atrás, houve uma corrida aqui na zona e tinha como objectivo oferecer uma bolsa de um curso de inglês em Inglaterra ao melhor aluno do concelho nessa mesma língua. Como eu tinha 19 e achava-me entre os melhores, fui a essa tal corrida na qual bastava participar. Nunca mais disseram nada e eu também nunca me enchi de esperanças porque podiam nem oferecer e mais valia manter os pés assentes na terra.
Entretanto esta semana, as coisas começaram a compor-se e começaram a ir avante. Hoje ficou praticamente confirmado e por isso vim logo contar-vos. Não será um mês como previsto mas vão ser 15 dias, vou ser a única a ir com tudo pago porque o meu concelho foi o único que participou na corrida e eu sou efectivamente a melhor aluna do concelho (btw, vou ter 20 na pauta, yey, goal reached) por isso ganhei a tal bolsa. Vou juntamente com alunos de Viseu que vão pagar as suas viagens e eu vou completamente numa aventura porque não vou conhecer mesmo ninguém e Viseu ainda é bastante longe! Vou de avião, durmo no colégio e pronto, mais pormenores não sei. Não sei data que é importante, mas para a semana já devo saber.
Eu andava mortinha por partilhar isto convosco mas não queria lançar foguetes antes da festa e como devem imaginar ainda acho isto surreal, só vou acreditar mesmo mesmo quando estiver a entrar no avião ou a colocar os meus pézinhos em terras inglesas. Mas pronto, é isso! Ando a sonhar muito e vai ser awesome!

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Só eu...


... é que tenho vontade de calar a senhora dos anúncios que pronuncia o animador slogan "é o fim das férias, não é o fim do mundo" ?
Este provavelmente é o pior primeiro post de sempre mas é um tema do qual não podemos escapar e este slogan dá que pensar. Será que quem escreveu isso não se recorda da sua adolescência? Nós, adolescentes, vemos o fim das férias como o fim do mundo. Não o mundo dito real mas o nosso mundo de verão, o nosso mundo cheio de calor, mais liberdade, praia e piscina, muita diversão, aventuras com os amigos, grandes paixões (ou apenas os ditos "encontros causais" que agora são mais frequentes nestas gerações mais novas, mas isso seria um tema a tratar mais tarde noutro post.) A questão é, nós vivemos o verão de uma maneira intensa, seja apenas indo de férias com a família, ficando em casa a descansar ou saindo com os amigos. Dentro do possível, nós criamos o nosso verão e fazemos dele o melhor que conseguimos, é o auge de cada ano, o pico do nosso bem-estar. Não temos os problemas de horários, conviver com quem nos dá dores de cabeça, preocupação com as notas, stress de corresponder às expectativas dos pais... É uma época para descontrair e viver. Eu quase que apostava que, vá, uns (bem humildes) 85% das vossas melhores memórias aconteceram em tempo de férias, não? Se calhar sou só eu que vejo assim as coisas. Mas pronto, queria demonstrar aqui um pouco da minha revolta quanto a este assunto e se quiserem dar-me as vossas opiniões, estejam à vontade. 

Ps: perceptivelmente, este é o meu primeiro post e espero brindar-vos com muitos mais e melhores que este !