Mostrar mensagens com a etiqueta . Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta . Mostrar todas as mensagens

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

# Secrets I have held in my heart


As horas passam e tudo o que está entalado assim permanece. 
É uma multidão que me cerca, todo um alvoroço de vozes a ecoar cheias de vida e é a ti que os meus olhos buscam. A tua presença move o meu estado de espírito. Oh, o meu estado de espírito... Posso até estar vendada que sinto o teu corpo a centímetros do meu. Distingo o teu odor e este prende-me os sentidos, uma explosão de sentimentos revolve-se dentro de mim. Como posso eu estar bem? Quando a tua voz me embala e sonho acordada com o teu olhar, que posso eu fazer? Que haverá a dizer?
Está frio, estou a congelar e debaixo do chuveiro, as gotas aquecidas e fervorosas caem, queimando um a um os poros da minha pele. Um ardor que me mantém aquecida. Tu és a minha água quente num dia gelado, o frenesim em que deixas o meu coração atrapalha o meu fôlego e afaga-me a alma. Inconsciente, ou não, consegues pois ser também a toalha que me recolhe quando o vapor esmorece e tudo o que resta sou eu, indefesa a tremer. Tudo em ti me encanta e, de seguida, és o pijama que me cobre, todo o teu ser e a tua personalidade é um encaixe demasiado certeiro nos meus recantos mais desafiantes. A pouco e pouco tenho-te em todo o lado... Sem te ter.
Sinto-te de malas prontas a viajar pelo mundo e, antecipadamente, tudo o que me alveja é a saudade do teu ar, do que me fazes sentir, a falta que me farás, a falta que já me fazes...
Ainda que vás, fica comigo

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Praxe

Sempre ouvi falar muito de praxe e só agora sinto na pele certas opiniões que lia. Hoje foi o meu segundo dia de praxe e só tenho a dizer que estou a A-D-O-R-A-R. É excelente sentir a garra com que gritamos pelo nosso curso, é impressionante perceber o que conseguimos fazer todos unidos e a mim faltam-me palavras para vos descrever estes dias brutais.
Hoje estive 12h na minha faculdade, sensivelmente 11 delas em pé. Acordei às 6h da manhã para lá estar às 8 e só saí de lá às 20h, tal como ontem, porque tinha que apanhar o último autocarro de regresso a casa que é às 20h30 pois caso contrário, eu queria ficar lá! Pondo isto em números, parece absurdo. Tenho os calcanhares desgraçados, não sinto os joelhos de tanto músculo dorido e das costas nem falo, durmo pouco, como pouco e na minha cabeça parece que estou sempre a ouvir a gritaria de 16 cursos num só pátio. E sabem que mais? Não me importa nada!
Adoro abraçar a caracterização que me deram e só a despir quando chego a casa (mesmo à adepta de Carnaval), adoro ser a única caloira do curso a chegar à faculdade já com esses mesmos acessórios, adoro gritar "aiaiai mãezinhaaaaa" o mais alto que conseguir cada vez que passa um avião e temos de nos baixar, adoro demonstrar à minha Comissão de Praxe que estou empenhada e que estou ali por prazer, voluntariamente, e descobri que adoro dar o mote para que juntos, todos nós caloiros, cantemos o que nos mandam.
Eu sempre fui muito reservada mas não sei porquê, isto faz-me bem e eu quero fazer parte do curso, quero sentir que ponho toda a minha voz em defesa desta família que estamos a criar e tenho estado mais desinibida. Quero participar, quero mostrar que quero participar, quero divertir-me e quero dar orgulho à Comissão de Praxe que tanto se esforça por nos proporcionar momentos brutais. Estou mesmo deliciada e se eu tivesse casa em Lisboa, só saía da praxe quando todos, mesmo todos, se fossem embora.
Por enquanto, estou ansiosa e um pouco angustiada porque amanhã é o nosso batismo, situação em que temos de escolher os nossos padrinhos e eu estou mortified pois não sei o que vou fazer. Agora é hora de dormir e descansar a voz porque amanhã há mais, e ainda bem!

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Love sucks



O amor não é cego. Isso é mentira. O amor escolhe colocar-nos uma venda nos olhos e tudo é bonito no que vemos porque só vemos o que o nosso coração quer ver, só vemos as projecções na tal venda do que julgarmos ter à nossa frente em pessoa. O amor é uma porcaria, mas só quando dá para o torto. É hipócrita da nossa parte culparmos o amor e crucificarmos esse sentimento tão intenso. O amor é uma porcaria porque o fazemos uma porcaria, porque o vemos como uma porcaria.
Quando estamos felizes e contentes ninguém se atreve ou lembra sequer em proferir tal coisa, é tudo tão "perfeito" e completo que a vida ganha outras cores, outros cheiros e basicamente ficas repleto de serotonina, dopamina e oxitocina (o que é totalmente verdade) mas o que sentes é o coração a palpitar vividamente, uma ansiedade descomunal, uma explosão de electricidade, carinho, paixão e realização dentro de ti, a desesperar por irromper pela tua pele e incendiar a tua vida de fogo ardente e belo, porque aquele sorriso, aquele olhar e aqueles braços são tudo o que o teu mundo precisa para ter um dia melhor.
Até que num momento tudo colapsa e já não parece nada do que idealizavas mas isso é como quem não tem jeito para o desenho, como eu. Tenho na minha mente uma imagem clara e brutal do que quero mas quando meto mãos à obra, lápis à arte, é como se saísse tudo ao lado, uns meros gatafunhos, um projecto falido do que tinha imaginado porque é impossível transpôr para a vida real seja um desenho, palavras, acções, tudo exactamente igual ao que permanece no nosso íntimo. É isso que acontece com o amor. Nós criamos esta bolha perfeita e depois o que acontece? A realidade acontece. Mas isso é porque tentamos com que esse nosso conto de fadas perfeito passe para a realidade, deixe de ser apenas uma história a pairar nas nuvens do romance ideal. Queremos que seja real. E é aí que a coisa complica. Porque a realidade também consegue ser uma porcaria.
Alguém te pergunta como é que depois de coisas tão horríveis ainda te importas, ainda te dás ao trabalho e fazes as coisas que fazes. A minha resposta é: como é que não o farias?
Amar é estar lá, independentemente de tudo. Amar é assumir uma posição de porto de abrigo, fonte de amor, carinho, compreensão e protecção, como também bola de stress e saco de boxe (não no sentido literal). Amar não é só nos bons momentos. Quem ama aguenta toda a porcaria porque ser amado é sabermos que temos alguém que não nos vai deixar ficar mal e ruir perante os nossos erros, que nos vai segurar ou ajudar a levantar quando tropeçarmos nas pedras da vida ou nos penhascos do nosso ser. Amar e ser amado é assumir um contrato de presença e cuidado.
Claro que há limites, às vezes a mágoa torna-se demasiada e se calhar podes ter um coração maior do que devias. Mas nós só recebemos dos outros o que irradiamos de nós mesmos. Se calhar não recebes em igual medida mas não vais arriscar dar menos só porque recebes menos pois se dás mais, sabes pelo menos que tens a porta aberta para receber mais. Se isso não acontece... Melhores dias virão. Frank Crane disse "You may be deceived if you trust too much, but you will live in torment unless you trust enough." Pois a minha escolha é ser e viver assim, como sou.

Dito isto, o amor continua uma porcaria porque as pessoas conseguem ser uma porcaria. Mas o sol há-de voltar a brilhar no coração de todos nós...

domingo, 22 de junho de 2014

Não vos censuro se não chegarem nem a metade


A minha paixão é nadar. É tão certo como o dia ter 24 horas, a vida ser efémera e o dia de amanhã uma incógnita. Nunca o escondi mas não acho que alguém o perceba verdadeiramente...
Aos seis anos entrei para este mundo e sensivelmente aos oito/nove fui convidada para entrar numa equipa de competição que estavam a criar. Foi das melhores decisões da minha vida, senão a melhor. Na equipa inicial, eu era a mais nova, mais baixa e mais caladinha pois toda a restante equipa era entre 2 a 4 anos mais velha que eu e era como se eu fosse a irmãzinha mais nova. Se no início me senti mais acanhada e com receio, não me recordo porque já se faz sentir como se tivesse sido noutra vida, mas se tal aconteceu depressa passou porque nunca mas nunca me senti mal naquele ambiente. Éramos todos miúdos, eles pré-adolescentes, eu uma criança mas no meio de todas as brincadeiras, picardias ou o que fosse, nunca me fizeram sentir menos que ninguém. Não sei se era por essa tal discrepância de idades que tinham mais "cuidado" mas o que é certo é que foram os melhores tempos da minha vida.
Treinávamos de segunda a sábado, passávamos fins de semana inteiros em provas, éramos unidos e apesar do esforço, compensava. Eu falo por mim, eu cresci com eles, cresci com o meu treinador, cresci com a natação, cresci com a competição e tudo o que isso influenciava. Eu sou brucista, um underdog dos estilos de natação e eu era boa. Na equipa, só havia uma outra rapariga que também se destacava a bruços e sempre que chegava essa parte do treino, sabia sempre bem ser literalmente puxada para a frente porque já sabiam que eu ir atrás deles não me ia "desafiar" nem eles seriam capazes de acompanhar. E o que me fez vencer neste meio foi a minha paixão por aquilo, o desafiar-me constantemente para quebrar barreiras e ser melhor, o não desistir e lutar porque não há outra forma de nos superarmos nesta vida.
E se calhar foi o facto de esse meu desenvolvimento se ter dado no seio de um grupo mais velho, com outra carga emocional acompanhante de desportos em equipa (porque sim, natação parece individual mas é também um desporto de equipa) que por exemplo uma turma escolar não nos traz, que me levou à pessoa que sou hoje em dia e à personalidade que me caracteriza, porque eu ali ganhei valores que não se interiorizam em qualquer lado e o ambiente que me rodeava levou-me a exigir mais de mim, a puxar pelas minhas capacidades, física e psicologicamente, e com isso elevou-me também a outro patamar mental. Até ao ponto em que, uns anos depois, começaram a aceitar gente da minha idade na pré-competição e eu já treinava com ambos os grupos, também devido a horários. E aí já não era o mesmo. Alguns da equipa inicial começaram a sair, estavam a crescer e seguir os seus caminhos, outros acabados de entrar não duravam mais de uma época... Tem que se gostar, ninguém aguenta aquela carga durante muito tempo fazendo frete e é assim que se percebe quem nasceu para aquilo e quem tem aspirações diferentes.
Eu fui a torneios amigáveis, campeonatos regionais, zonais e nacionais. Tenho memórias divertidas, orgulhosas e gratificantes, memórias que me enchem o coração. Até à época em que comecei a ter dores nos joelhos. Esta é uma parte determinante, os treinos puxam por nós, dores todos temos, é suposto doer e cabe-nos a nós escolher o que fazer em relação a isso. Uns desistiam, fartos daquilo. Outros faziam ronha durante os treinos. Eu só me queixava esporadicamente, eu julgava ser do cansaço porque é cansativo, era daqueles queixumes que se deitavam para o ar nos 15 segundos em que estávamos parados entre séries na resistência, mas não passavam de meras palavras, só resmunguices que entravam a cem e saíam a duzentos. Eu não parava.
Resumindo a parte mais chata, entretanto fui à pediatra e fui diagnosticada erradamente. Andei um ano a tratar algo que na verdade não era um problema e a piorar o que na realidade era mesmo um problema. Quando fui a um ortopedista, soube o que realmente tenho, duas condições nos joelhos que supostamente passam com o tempo. Claro que aí pelo meio foi o meu declínio e a minha última prova foram uns nacionais de inverno. Não foi uma decisão fácil, nunca cheguei a perceber se foi a acertada mas, apesar de ter parado de marcar presença nas competições, ainda estive uma época inteira a treinar só em braços porque não conseguia de forma alguma deixar tudo e sair. A natação era a minha vida e esse foi como que um ano de adaptação à perda da mesma.
Sofri muito com isso, chorei bastante e ainda hoje tenho um vazio à espera de ser preenchido. Mas já lido melhor com tudo isso, apesar de me revoltar com algumas situações em que não sabem aproveitar o que têm ou ter "inveja" dos que levam a vida que eu tive de deixar. Não foi uma decisão realmente minha, eu fui de certa forma coagida a sair e sou a única que vai regularmente às piscinas matar saudades e pôr a conversa em dia com o treinador que é como um segundo pai para mim. Até porque o ambiente lá agora é completamente diferente e eu não me sinto mal, de todo, de já não estar lá. Se assim o foi, é porque tinha outras coisas às quais me dedicar e isso leva-me ao ponto principal desta conversa toda...
Hoje um amigo meu de infância faz anos. Amigo esse que entrou para a natação nesses tempos que falei de pré-competição, amigo esse que tinha orgulho em mim e nas minhas conquistas, amigo esse que evoluiu cada vez mais e mais, mudou de equipa consequentemente mudando de escola e de vida, agora numa subida de carreira tão grande que eu espero só ir cada vez mais e mais para cima. Eu tenho um enorme orgulho nele, do fundo do coração e espero por tudo que ele seja bem sucedido. Ele é campeão regional, zonal, nacional, tem ido a estágios da selecção nacional, campeonatos europeus e não pára. Como se a cada fim de semana agora estivesse num país e prova diferente e eu acho óptimo, excelente porque qualidade não lhe falta, capacidades também não e é para mim um privilégio poder dizer que fiz parte do seu começo e desenvolvimento como pessoa e nadador que é. Também já pensei na hipótese de me sentir tão ligada às conquistas dele porque deposito nele também os meus sonhos e a minha paixão, por assim dizer. Ele que viva o que eu fui impossibilitada de viver. Isto parece demasiado dramático mas acaba por ser verdade, no entanto os sacrifícios que ele tem de fazer a nível de vida tanto social como intelectual não se comparam aos que em tempos tive que fazer e apesar de todos os percalços da vida, eu não trocava a vida social que tenho e principalmente a vida intelectual que tanto gosto de estimular. Acho que tudo aconteceu porque devia ter acontecido e eu não guardo rancor aos meus azares da vida porque ainda acredito e espero que algo de bom venha e me encha o coração de novo.
Dito isto, é com muito anseio e agrado que vos digo que ainda vou comemorar com vocês grandes conquistas e vitórias deste "meu" campeão, nem que seja uma presença nos Jogos Olímpicos de 2016, quem sabe... É mesmo um orgulho! Por enquanto, é hoje bem -vindo ao mundo dos 18 ;)

Ps: Este é um tema com imenso pano para mangas, eu ficava aqui dias a falar sobre isto porque foram os tempos mais felizes da minha vida. E por isso, costumo sempre brincar com uma afirmação que no fundo acaba por ser um bocado verdade. A natação é mesmo uma paixão inegável, mesmo hoje em dia faz-me tão bem matar saudades, e se algum dia eu gostar de alguém com tanto carinho, entrega, paixão e intensidade como nutro pela natação, é para casar!

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Rainha por uma noite


Eu falei-vos do meu baile de gala e acabei por deixar de parte um pormenor que não achei relevante na altura. Um amigo meu da AE lembrou-se de me inscrever para a votação de Rainha do Baile mas eu nem dei muita importância porque não achei que fosse ter tantos votos quanto isso. Pois a verdade é que, surpreendentemente, eu fui eleita rainha do baile!
Eu não fui feita para ser o centro das atenções e morri de vergonha, só não fiquei parada a processar o meu nome quando o anunciaram porque depois tinha tudo à espera que eu subisse o palco e ainda ficava mais envergonhada, mas foi uma honra enorme até porque pelo que percebi foi mesmo muita gente a votar e eu nem conheço tanta gente que fosse votar em mim nem muito menos sou próxima de tantos que votassem. Foi mesmo uma surpresa e antes de anunciarem, já todos à minha volta sabiam dos resultados menos eu.
Eu sou muito sincera e não era algo que eu almejasse conseguir, a única coisa que me importava era eu ser rainha da minha própria noite, nem é algo de tremenda importância nem me faz mais que ninguém mas claro que me senti lisonjeada, recebi elogios de gente com quem nem falo e a grinalda era giríssima.
E a valsa correu super bem, quase que me ia enganando mas ninguém notou e o meu pai filmou, só dá vontade de mostrar como ficou bonito!

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Baile de Gala



Este sábado temos o nosso baile de gala. A busca pelo vestido foi uma aventura e pêras, nem eu queria gastar muito dinheiro nem sou de grandes exuberâncias mas verdade seja dita, nem algo simples eu conseguia encontrar. Ao fim de uma longa busca, só tinha duas hipóteses: um vestido diria eu que rosa "velho" de princesinha e um preto não-de-princesa-mas-talvez-passagem-de-ano-aperaltada. A escolha foi complicada mas acabei por ficar com o preto, a cor do outro não me convenceu nem ficava bem comigo e eu quase que aposto que não o voltaria a vestir nunca mais. Os sapatos vão ser claramente os únicos que eu tenho no armário a criar raízes e só vou levar uns brincos simples. O cabelo vai ao natural, talvez com um pequeno apanhado e nada de maquilhagem (lá porque é festa e sou finalista, não abusemos). 
Nos últimos dois anos eu fiz parte da associação de estudantes e fomos nós que organizámos os bailes de gala em questão, mas este ano é uma lista diferente. Um lado positivo é que não vou ter turnos de trabalho durante a noite nem limpezas posteriores nem preocupações quanto a nada disso. Ou seja, estas festas são momentos em que eu reencontro amigos com quem já não convivo diariamente e desta vez vou estar 100% livre para lhes dar a minha atenção, para dançar e viver cada instante.
Outro lado positivo é que sou finalista e vou dançar a valsa, juntamente com mais 15 pares. Eu ando desde o meu 10º ano a querer dançar a valsa e vai finalmente acontecer mas espero que corra tudo bem senão vou morrer de vergonha. Se vocês vissem os ensaios... Mas claro que os meus pais e a minha irmã vão assistir e o meu pai nem seria o mesmo se não tentasse filmar a ocasião, por isso devo ter oportunidade de mais tarde ver e concluir se até me safei bem ou estava completamente away do compasso.
Concluindo, ando a precisar de desanuviar as ideias e  por isso espero que seja um óptimo baile de gala e que me consiga divertir à grande com aqueles que me são próximos. É um evento importante, acaba por marcar a recta final desta etapa da minha vida. O que virá a seguir, quem sabe?

sábado, 26 de abril de 2014

Calpe e Portugal

Esta era apenas uma parte da vista da minha varanda! Não imaginam as belas fotos às 7 da manhã com o nascer do sol.

Depois de uns longos tempos sem dizer nada, cá regressei!
Calpe foi uma semana intensa, conheci pessoal de diferentes sítios, reencontrei dois meus conhecidos das férias de verão, tive uma experiência diferente. Admito que o grupo com que fui não foi o ideal para mim e eu já o esperava por isso não foi de todo uma desilusão, apenas acho que para ser a melhor semana da minha vida teria que ser com pessoas diferentes, aproveitando cada minuto de forma diferente. Mas foi algo com um balanço geral obviamente positivo e não me interpretem mal. Calpe tem tudo para que seja uma viagem inesquecível, a organização é óptima, o tempo ajudou imenso, a paisagem da minha varanda era estonteante e eu não tenho mesmo queixas nenhumas, tive noites brutais e sempre sóbria. Apenas não fui com o grupo mais adequado à minha personalidade e senti isso, apesar de não ter nada contra eles claro e não me estar a referir à totalidade. No fim de contas, só tenho tanta pena de não ter subido ao Peñon, a sério!
Quando regressei, embarquei numa semana de férias com os meus pais e a minha irmã, em que percorremos Portugal de alto a baixo. Family on the road! Descemos pela costa, Setúbal, Arrábida, Sagres, Portimão. Passámos duas noites em Albufeira. Seguimos por Faro, Vila Real de Santo António, Mértola, Évora, Portalegre. Ficámos em Castelo de Vide, onde temos casa, por uma noite. De volta à estrada, passámos por Castelo Branco, Covilhã, Serra da Estrela, Gouveia, seguimos para Braga e ficámos lá perto, em Caldelas. No último dia, descemos por Porto, Aveiro, Figueira da Foz, Nazaré, Caldas da Rainha, por aí. Isto assim muito por alto pois claro que passámos por imensas terras e terrinhas e foi interessante descobrir um pouco mais do nosso país.
Foram, sem dúvida, umas férias diferentes!

quinta-feira, 27 de março de 2014

E quando...


Recebes uma mensagem totalmente inesperada de alguém que julgavas já nem se lembrar de ti assim? É mesmo vida.
O meu treinador de natação teve o segundo filho e mesmo tendo eu parado de nadar há dois/três anos, mandou-me logo mensagem com a notícia ainda com palavras mal escritas cheias de emoção e eu fiquei tão enternecida que não tenho palavras. Sabe tão bem sentir que não sou um membro esquecido da família.

sábado, 8 de março de 2014

Para o ano há mais


Faça chuva ou faça sol, aqui o Carnaval festeja-se de qualquer maneira! Foi muito bom, cada noite tive uma máscara diferente e Avatar foi um sucesso (graças aos dotes artísticos da minha mãe, claro). Recebi alguns elogios de pessoas que nunca conheci na vida e eu própria senti-me mesmo gira. Correcção, bem pintada.
Apesar de estarmos todos sempre numa mesma zona da Praça da Batata, eu e uma amiga minha por vezes percorremos as praças e os bares sempre sem parar e foi uma aventura. Acho que descobrimos mesmo a "pólvora". É brutal estarmos lá todos juntos, imenso pessoal da escola e conhecidos, mas ir à descoberta, furar a multidão, entrar em brincadeiras com estranhos e abraçar o espírito puro de Carnaval é uma experiência a repetir! Voltei a participar no desfile dos grupos mascarados e voltámos a conseguir alguns prémios.
Agora resta a saudade destes tempos de ouro! Carnaval pode ter o seu Enterro mas vive sempre dentro de nós e é escusado reforçar que já estamos à espera do próximo *

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Carnaval de Torres Vedras!


É um orgulho ver que o Carnaval junta tanta gente num só lugar com um único propósito: diversão! Adoro ir a uma loja de tecidos e ver pessoal interessado em mascarar-se, com ideias originais e cheios de empenho. Adoro perceber que é algo que não se perde com o passar dos anos porque é um evento para todas as idades. O Carnaval é de todos e acreditem que é muito esperado. Ainda hoje estava a pensar que com este intervalo escolar, podíamos muito bem fazer uma viagem, ir passear mas depois pensamos no que perdemos e eu pelo menos chego à conclusão de que não quero faltar a nenhum carnaval e quero inclusive incutir esta "tradição" aos meus filhos um dia. Eu cresci com este ambiente e sinto-me uma sortuda por ter tido essa oportunidade, por saber apreciar e desfrutar desta época do ano. Ninguém se sente excluído e brincadeira é a palavra de ordem do dia, saiam da vossa rotina, saiam do normal, excedam-se, divirtam-se.
Se puderem, aconselho-vos a darem uma oportunidade ao Carnaval de Torres e não se vão arrepender! Até porque se são da zona, considero impossível nunca terem ouvido falar do mesmo.
Eu cá vou preparar-me que o tempo não pára!

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

# Say Something


" Há muito tempo que não escrevo. (...) Há muito tempo que não existo. Estou sossegadíssimo. Ninguém me distingue de quem sou. Senti-me agora respirar como se houvesse praticado uma coisa nova ou atrasada. Começo a ter consciência de ter consciência. Talvez amanhã desperte para mim mesmo, e reate o curso da minha existência própria. Não sei se, com isso, serei mais feliz ou menos. Não sei nada. (...) Há muito tempo que não sou eu. "
in Livro do Desassossego

Não me sinto nada presente aqui e sinto falta disso, é algo que me faz bem mas a minha ausência não foi totalmente em vão. Tive notas de bradar aos céus, fiz à menos de uma semana os meus dezoito anos e já estou nas aulas de código. Quanto à minha produtividade, sinto-me confiante e apesar de haver outros projectos que eu gostaria de abraçar, acho que posso ir conciliando as coisas devagar e tudo vai ao sítio mas não me sinto de todo incompleta. A única coisa que me atormenta é não estar segura do que seguir na faculdade.
Olhando para trás e pensando em tudo o que mudou, a minha vida deu não uma mas mil e quinhentas voltas de 180º só no último ano. Nem sei expressar tudo o que me vai na alma, o espírito que perdi algures pelo caminho e que tento reencontrar. No entanto, espero que o vosso ano 2013 tenha sido do melhor e que a vossa passagem de ano vos traga excelentes momentos, muitas coisas boas para todos vocês!
Eu voltarei, muitos beijinhos * 

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Que descanso


Palavras para o meu horário? Uma. D-E-L-I-C-I-O-S-O.

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Diana Nyad


Não sei se viram nas noticias, mas no passado dia 2 de Setembro Diana Nyad completou a travessia Cuba-Florida em 52 horas, 54 minutos e uns tantos segundos, sem protecções contra tubarões e pouquíssimas pausas. Foi a primeira a fazê-lo, após ter tentado 4 vezes nos últimos 35 anos sem sucesso. O facto mais impressionante é que esta grande senhora tem 64 anos e as suas primeiras palavras quando chegou à costa foram 3 grandes mensagens:

- A primeira é de que nunca devemos desistir.
- A segunda é de que nunca somos demasiado velhos para perseguir os nossos sonhos.
- A terceira é de que pode parecer um desporto solitário, mas é necessária uma equipa. 

E ao ver isto, a minha única reacção foi "Ámen!".  É sem dúvida uma inspiração e orgulho-me disso.

# Ascot: Day 3

                                        Nota: esta era a cadeirinha e aquele é o Stuart, bem como a Karina a olhar para a câmara

Segunda-Feira. Hoje custou-me mais a levantar, parece que a noite passou mais depressa e não descansei tanto. Ao pequeno-almoço ía ficando mal disposta, não sei como é que conseguem comer ovos e feijão logo de manhã. Eu fiquei-me pelas torradas e leite. E um momento engraçado foi que eu cruzei-me com o meu professor e ele disse literalmente "bom dia" e a minha resposta foi automática, só depois de ele desaparecer para a mesa dele num segundo é que eu processei a situação e fiquei de sorriso na cara. Não sei se já referi mas eu era a única portuguesa, tive o azar de um português também solitário ter ido embora no dia anterior à minha chegada e eu só soube isso mais tarde quando me falaram dele, Bernardo. Portanto, aquelas foram as únicas palavras em português que eu ouvi nas duas semanas inteiras.
As aulas passaram bem e do almoço nem vos falo. A massa não sabe a nada e basicamente comi alface e melancia. Quer acreditem, quer não, muitas das minhas refeições foram só isso.Não quero rebaixar a cozinha inglesa mas não sei se eles conhecem algo a que chamamos condimentos. Até podia confessar que se calhar sou eu que sou muito esquisita mas era a opinião geral e no inquérito que nos faziam do que podiam melhorar, comida era o único tópico falado. A sorte é que eu fui preparada para lá. No meu quarto, o meu canto esteve sempre arrumado e na parte debaixo da cama havia gavetas. Numa compartição eu guardei a mala de viagem, numa gaveta ficou a roupa interior e na outra gaveta era a minha mini despensa. Bolachas, fruta,... Foi a minha salvação!
Às 2 da tarde fui para a natação, porque antes das aulas fui ao escritório e mudei a minha actividade. Sabem uma coisa? Melhor decisão de sempre! As actividades da tarde eram das 2 às 5, então nós tínhamos uma hora de natação "a sério" e duas horas a relaxar, a fazermos o que quiséssemos na piscina. O professor chamava-se Stuart, já competiu tal como eu, 22 anos, irlandês, moreno de olhos azuis claros. Muito simpático e até quis que eu lhe ensinasse algumas palavras em português. Gostei mesmo dele, falava comigo e adequava as tarefas para as minhas capacidades. Não para me fazer superior mas obviamente que eu tenho capacidades que miúdos que mal metem os pés numa piscina para nadar a sério não têm. Ah e não dividia as pistas com igual número de nadadores, o que foi muito bom. Tinha lá 4 russos, 1 alemão e uma espanhola, a Manuela que ficou lá as 6 semanas inteiras de curso, esteve lá desde o inicio. Ela tinha uma pista só para ela, eu dividi a minha com o alemão e os russos ficavam nas outras duas. O alemão era o Marek e tinha 15 anos, loiro de olhos azuis. Ele estava com algumas dificuldades e assim a primeira vez que falei com ele foi para lhe dar palavras de incentivo e tornar aquela hora um pouco melhor para ele porque não era o seu meio e achei que se fosse ao contrário, eu gostaria de alguém que mostrasse simpatia.
Havia também uma russa, a Karina, de apenas 10 ou 11 anos e uma autêntica pestezinha hiperactiva. Quando começámos a aula e ela decidiu reparar em mim, perguntou-me de onde é que eu era e a segunda pergunta foi se eu falava russo. Há que salientar que as primeiras perguntas entre toda a gente eram: "de onde vens?", "qual é o teu nome?" e eventualmente "quantos anos tens?". Depois dependendo das pessoas, travavas uma conversa e perguntavas coisas sobre as suas vidas bem como respondias às questões que te colocavam ou então demonstravam total desinteresse em saber mais e pronto. O que me chegou a acontecer e deixava-me frustrada porque eu queria falar com as pessoas, não para me intrometer mas para travar conhecimentos e poucos estavam na minha onda. Foi a única vez que eu e a Karina tivemos uma troca de vocábulos e só um aparte, ela ficou de castigo umas quantas vezes. Outro ponto a salientar é que os russos têm um alfabeto diferente, o alfabeto cirílico, e eu atribuo a isso a questão de eles falarem maioritariamente em russo uns com os outros e em vez de actividades terem inglês intensivo e não conseguirem estabelecer bem uma conversa ou sequer mostrar interesse porque não sabem como comunicar. Pelo menos eu quero acreditar nisso porque não posso levar a mal nem a nível pessoal, para além de que sendo de outras idades estão-se a borrifar para a troca de culturas e só se querem divertir com os amigos.
Avançando, assim que acabou a hora de natação a sério, Stuart lançou na água algumas bolas e colchões e é óbvio que eu me lancei logo a um, nadando até à borda da piscina do lado dos vidros e fiquei lá parada a tentar apanhar os pobres raios de sol que sorriam para mim ao tentar afastar as nuvens. Eu quase que diria que ganhei um complexo porque eu todos os verões fico imensamente bronzeada, mesmo preta, e este ano já fui para lá o que eu considero não muito bronzeada e é óbvio que não era lá que ia melhorar isso, então estava sempre à borda da piscina e quando me perguntavam para quê, eu dizia sempre que não queria perder o meu bronze. Apesar de que eu era a mais bronzeada e o Stuart dizia-me sempre a rir "Perder o bronze? Olha lá para mim, eu é que não tenho bronze nenhum". Agora podem estar a pensar "que anti-social, na borda da piscina sozinha" mas na realidade eu não queria intrometer-me e não conhecia nenhum dos russos por isso ficava ali e pensava na vida e falava com o Stuart quando ele passava por lá ou se sentava na sua cadeira de nadador salvador. Entretanto, eu estava muito bem deitadinha no colchão na água e de repente aparece o Pascha a sorrir junto a mim, enquanto o Nikkita vai por baixo de água e me vira o colchão. Nós já tínhamos trocado sorrisos/olhares durante a primeira hora mas não tínhamos falado, excepto o Nikkita que efectivamente já tínhamos trocado umas frases em relação ao treino. E bem, Pascha é um diminutivo para Pavel que é o seu verdadeiro nome (eu só descobri isto nos últimos dias) e é o goofy russian guy super alto da minha idade (how shocking, pelo menos alguém) mas que não sabe falar muito inglês e o Nikkita é mais atlético e nadava bastante bem até, tinha 15 anos e safava-se no inglês. Das 4 às 5 normalmente vinham sempre mais alunos da parte das multi-actividades ou porque tiveram um bónus ou something e juntou-se outro rapaz a eles. Bem como chegou o Loris, um rapaz suiço de 15 anos que ao falar alemão se tornou grande amigo do Marek (e também era loiro de olhos claros). Novamente, estava eu muito bem a apanhar sol no colchão no mesmo local e chegaram os ditos cujos. Colocaram um colchão por cima de mim e fizeram assim uma sandwich portuguesa, até que tiveram a brilhante ideia de a tornar internacional então fizeram-me um mega moche no colchão dentro de água. Foi engraçado e tanto isso como os virar do colchão eu não levei a mal e ri-me e entrei nas brincadeiras. Entretanto eu estava deitada no colchão e decidiram pegar nas pontas e levar-me a passear, eu claro que agradeci e foi aí que perguntei nomes e idades (já sabia que eram russos) e o rapaz que se tinha juntado a eles chamava-se Philippe. Entretanto eram 5 horas e após tomar um banho, regressei à casa onde me deitei a relaxar uns minutos até termos de ir jantar. E foi fazer a festa porque o jantar foi chickenburger! Thank you lord.
Após o jantar, fomos jogar Bowling! E foi a minha primeira vez, eu estava algo nervosa e acabou por ser bastante interessante. De manhã tínhamos assinado o nosso nome em grupos e como eu fui a última da turma a preencher já não tinha espaço na lane deles então fiquei com gente que eu ainda não conhecia e foi divertido. Depois regressámos à escola e fomos para os respectivos quartos porque já tínhamos chegado tarde e era hora do check in.

XOXO,
Joana when in England

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

# Ascot: Day 2

Nota: este é um dos cantinhos da escola e a foto é minha, por isso peçam se por qualquer razão quiserem usar, merci!


Domingo. Primeiro dia de aulas e mais carregado porque é uma excepção em que temos não três mas cinco horas de inglês no total do dia.
Tomei o pequeno-almoço, aproveitei uns raios de sol num dos recantos da escola e fui ter o meu teste. Consistia num teste de aptidões, um teste diagnóstico para nos afiliar a uma das turmas existentes sendo que são níveis diferentes. Era uma pequena selecção de perguntas de escolha múltipla sobre gramática, um esquema para interpretar com respostas de sim ou não, dois textos para interpretar e responder às perguntas e por fim um texto sobre um dos tópicos apresentados. Durante o teste, um dos professores presentes sentava-se connosco e fazia algumas perguntas simples do porquê de irmos para lá, o que gostamos de fazer, etc. com o objectivo de testar a oralidade e sei que nessa parte tive "int.", agora não me perguntem o que significa. Depois esperámos, fomos para o auditório/teatro onde nos apresentaram o curso e um pouco da escola e após isso, foi o intervalo das 10 e meia. Às 11 todos os alunos estavam a caminho das suas aulas e nós, os recém-chegados, fomos reunidos no átrio e eles faziam a chamada dos grupos divididos consoante os resultados obtidos nos testes. Estavam lá imensos russos, nos seus 12 ou 13 anos possivelmente e ficavam quase todos nos mesmos grupos.  Eu não incidi sobre esse pormenor mas 99,99% dos alunos eram mais novos que eu e por algumas serem mais altas que eu, tendo menos uns anos, uma pequena de 10 anos, a Martina que é da Áustria, achava que eu tinha 14 anos. Foi um bocado um choque, I mean, eu sei que não sou alta e devia ser um elogio eu parecer mais nova mas é estranho e a partir daí até ficava "envergonhada" em dizer a minha idade quando perguntavam.
Mas continuando, quando eu fui chamada, foi juntamente com a Francesca e a Carolin que é da Alemanha. Apenas três. Para a turma dos melhores. Então fomos levadas para a nossa sala e totalizámos 9 alunos. A Anna que eu já tinha falado, a Francesca, a Carolin, a Lena da Alemanha, bem como a Elena e a Anna-Lena, o Vladyslav da Ucrânia e a Nazrin do Azerbeijão. O professor chama-se Brandon, é do Canadá mas vive nas ilhas Canárias e já viajou imenso pelo mundo. Já, inclusive, deu aulas e viveu em Portugal. Acho que me achou interessante, o facto de eu estar ali, porque não se ouve falar muito dos portugueses, apenas no que toca a futebol e problemas económicos (sim, ele mencionou essa tristeza na minha apresentação à turma). Cada aluno novo, ele fazia perguntas para que nos conhecêssemos melhor e até projectava imagens dos nossos países. Ao contrário do que possam pensar, não eram aulas de intensivo inglês e é uma das coisas que adorei foi ter ficado com aquele professor, fora do vulgar. Falávamos do mundo, cada semana tinha um tema e aquelas duas foram o Ambiente e História, por isso fizemos alguns projectos relacionados com isso, alguns textos inventados em grupo, discutíamos esses temas. Acho que o mais enriquecedor foi a oralidade e claro se dávamos algum erro, ele prontificava-se a rever a gramática nesse aspecto mas não era algo que tratássemos a toda a hora. Um exercício que eu gostei particularmente foi ele pegar no dicionário e havia três categorias: a person who..., a object which... e a place where... então ele lia a definição de algo dentro destas categorias e nós tínhamos de dizer o nome. Melhor do que a gramática, é trabalharmos o vocabulário e eu achei excelente.
Quanto aos trabalhos de grupo só havia uma coisa chata, eu estar com duas alemãs e a conversa acabava por descambar sempre para o alemão. Elas não faziam por mal, acabei por perceber isso e eu gosto delas, simpáticas e uma delas até tem alguns aspectos na personalidade semelhantes a mim, mas eram momentos em que eu ficava apenas a olhar e a tentar decifrar alguma palavra que conhecesse. Até acabou por ser engraçado porque ao 3º ou 4º dia de aulas, uma delas perguntou-me se eu compreendia tudo o que elas falavam e eu disse que não, zerinhos, e ela riu-se espantada porque disse que eu olhava para elas com cara de quem estava a perceber tudo.
Pronto, à tarde após as duas horas extra de aulas, temos oportunidade de escolher o que queremos fazer e eu escolhi dança para ver como seria, dado que foi a minha escolha para a semana inteira e eu só podia alterar isso até à manhã do dia seguinte. A verdade é que foi basicamente ballet e não é definitivamente a minha cena. Eu até me safava, não conseguia à primeira mas tentava outra vez e tudo bem, diria que não foi uma catástrofe para primeiro contacto com a dança mas não me cativa minimamente, não o estava a fazer por gosto e com aqueles momentos de aborrecimento que por vezes apareciam ao inicio, decidi que precisava de uma actividade que me entusiasmasse e que tornasse tudo melhor. Claro que a resposta era óbvia e apesar de ir contra a minha ideia de ser uma viagem cheia de coisas novas, eu decidi que ia mudar para natação enquanto podia.
Voltei para a casa, tomei banho, preparei-me para o jantar, depois do jantar tivemos actividades em equipa. As equipas são as turmas e passámos por quatro estações diferentes. Foi divertido e trabalhámos em equipa. Depois às 9 voltámos para o quarto e fiquei na conversa com as meninas até ser hora de ir marcar o ponto.
XOXO,

Joana when in England

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

# Ascot: Day 1


Sábado. Eram 6 da manhã, já eu me tinha despedido dos meus pais e da minha irmã que me foram deixar, já tinha passado pelo controlo de passageiros e estava sozinha, por minha conta, no aeroporto à espera.
Junto à minha porta de embarque estava um rapaz também sozinho, loiro, olhos claros e bem parecido. Pelo que eu consegui ler no passaporte dele (shame on me) parecia ser da Irlanda ou Nova Zelândia. A minha aposta é Irlanda porque ele foi no meu voo, umas filas à frente e era um voo de ligação. Não pensem que sou uma stalker, só me pus a sonhar que ele também fosse para o mesmo sítio que eu e estava apenas a verificar!
Voltando ao embarque, foi um misto. Por um lado, estava apreensiva se tinha os papéis comigo, tudo em ordem mas por outro, viajar sozinha deixou-me com uma sensação que não vos sei descrever. Uma sensação de autonomia, de uma certa independência, de auto-realização, whatever. Não vos sei precisar.
No avião não tive ninguém sentado junto a mim e o voo foi rápido. Mais uma vez fui preenchida por um nervosismo/entusiasmo no momento de aterragem e dirigi-me ao tapete da bagagem porque a minha única preocupação nem era que me fosse perder ou que me acontecesse alguma coisa, era mesmo ter a minha mala comigo. Depois dirigi-me à zona onde as pessoas são esperadas e aí senti-me um pouco perdida porque a senhora, Naomi, que me foi lá buscar não estava nem com um cartaz com o meu nome como era suposto nem estava com o símbolo da escola à vista e eu é que tive que andar um bocado à procura dela.
A Naomi deixou-me com o táxi mas ela ficou no aeroporto porque tinha mais alunos para receber. O taxista que me levou até à escola não disse literalmente uma única palavra e nem tinha o rádio ligado por isso limitei-me a mergulhar no silêncio e olhar em volta. Para começar, o tráfico é diferente e o facto de ser trocado, condutor à direita e carro à esquerda, foi um bocado estranho.
Quando cheguei à escola conheci Snezana (lê-se Snejana), a chefe da minha casa e deixei as coisas no meu quarto. Existem duas casas para raparigas e uma para rapazes no lado oposto do campus. Aquilo é realmente uma escola durante o ano e os alunos ficam lá naquelas casas, cada quarto tinha plaquinhas na porta com os nomes dos verdadeiros residentes, por assim dizer. Foi nesse momento que recebi algumas instruções para a minha estadia e uma delas foi: horários!

7:30 da manhã- hora de acordar e levantar, a Snezana entrava pelos nossos quartos, dizia "Good morning girls, time to get up!", abria as cortinas e ía aos outros quartos. Ela não era mal disposta ou bruta mas não era propriamente muito simpática, por isso pronto.
8:00 da manhã- hora de tomar o pequeno-almoço na cantina e a casa fecha por isso levar a esta hora todo o material necessário para as aulas da manhã
9:00 da manhã- aulas de inglês
10:30 da manhã- intervalo e abrem um espaço onde podemos usar computadores (se estiverem disponíveis) e comprar bolachas ou batatas fritas ou gomas ou assim, que eles vendem
11:00 da manhã- de volta às aulas
12:30 da manhã- almoço na cantina
1:00 da tarde- a casa abre e a sala dos computadores também
2:00 da tarde- a casa fecha, a sala dos computadores fecha e temos de estar no pavilhão para marcar presença e começarem as actividades da tarde
5:00 da tarde- acabam as actividades, a casa abre
6:00 da tarde- a casa fecha, horas de jantar na cantina
6:30 da tarde- a casa abre
7:00 da tarde- a casa fecha, hora das actividades da "noite"
9:00 da noite- acabam as actividades, a casa abre
10:00 da noite- temos de estar no nosso quarto para a Snezana marcar lá um ü no nosso nome
10:30 da noite- hora (supostamente) de apagar as luzes

Depois levou-me para o pavilhão e conheci um grupo de raparigas. A Anna da Rússia, a Lena e a Antonia da Alemanha, a Barbara da França e a Raquel de Espanha. Foram elas que me acolheram por assim dizer, não me senti totalmente integrada mas foram simpáticas comigo. Mais tarde conheci a minha colega de quarto Etienette e a irmã Caprice, ambas alemãs e a colega de quarto da Caprice, a Francesca de Itália. Como era Sábado, à tarde pudemos fazer o que queríamos e tivemos a oportunidade da sala de computadores estar aberta. Eu só não vos disse nada este tempo todo porque o blogger carregava, carregava, carregava mas não abria. Ah e nem vos digo nada sobre o teclado inglês. Que atrofio. Ter os símbolos em lugares diferentes tudo bem mas eu tenho um sério problema com o português, faz-me imensa confusão português mal escrito e lá eu não consegui colocar acentos nas palavras. Conclusão, cada conversa que eu tinha sentia que estava a assassinar o meu rico português e já estão a ver a cena mas pronto, tive que me habituar porque era a única forma.
Nessa tarde antes de irmos para a sala de computadores, tivemos uma prova de orientação em equipas e foi muito chato porque havia lá três grandes grupos: russos, alemães e franceses. E eles falam imenso uns com os outros na língua deles e eu claro que fico a apanhar bolachas, o que não é nada simpático. Ainda por cima eu tinha acabado de lá chegar, não conhecia praticamente ninguém da minha equipa e nem conhecia a escola. Conclusão, eu decifrei três pistas correctamente mas eles não me deram ouvidos e por isso demorámos mais tempo que as outras equipas. A questão nem foi não termos ganho, foi eu estar certa e eles partirem do principio que não. Fiquei chateada por isso. E é que lembro-me perfeitamente, a primeira pista era "a place where you land after a hop, step and jump". A primeira coisa que me ocorreu foi logo triplo salto e perguntei se lá na escola tinham alguma caixa de areia, uma pista de atletismo, algo do género. E nada. Afinal existia sim mas eles decidiram que aquilo referia-se à piscina. Outra pista era "where you can wear customs, caps and goggles" e eu não sabia ao que se referiam com caps mas sabia que goggles são os óculos da natação e mais uma vez insisti em como achava que era óculos de natação e os fatos de banho logo seria a piscina mas eles gostaram da ideia de que se tratava do teatro. E pronto, Joana indignada. Mas nem dei mais importância.
Nesta primeira noite fomos a Chorleywood ter uma Disco Party mas eu estava cansada (afinal só dormi 4 horas nessa noite) e não foi lá muito divertido.
Aquilo às vezes chega a ser bastante aborrecido, ao ponto de elas jogarem bowling com garrafas e uma bola de meias no quarto, e eu estava cheia de saudades dos meus amigos ingleses. Para não falar de que estava a perder o meu sol cá em Portugal.

XOXO,
Joana when in England

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Estou de volta!


Tenho tanta coisa para contar que nem sei. Foi uma experiência única e tenho duas hipóteses para vos tentar dar uma ideia de como foi... Ou faço um post para cada dia que estive lá e fica tudo mais organizado e detalhado (caso a minha memória não me falhe, porque eu tentei escrever uma espécie de diário mas não deu) ou junto toda a informação num post e não me posso estender muito porque depois maça-vos. Querem ajudar-me?

sexta-feira, 26 de julho de 2013

English Friends



Estas duas semanas foram do melhor!
Fui ao Sunset da RFM e foi aí que me reencontrei com o meu amigo David que está a morar em Inglaterra e conheci os três ingleses que vieram com ele: Connor, Jake e Shaun. Ao início estava um pouco nervosa e relutante, mas depois já dava por mim a dançar montes de movimentos que partilharam comigo. Passámos a noite na praia e eu fui a única que não dormi porque estávamos bem longe de casa, com imensa gente lá de todo o lado e achei melhor ficar acordada. Eles não tinham dormido quase nada na noite anterior por causa da viagem de avião e por isso, a mim não me custou tanto.
Quando regressámos ao nosso local de férias, tem sido uma rotina bem óbvia. Acordava, ía acordá-los, praia, almoçar em casa, ir ter com eles, praia, tomar banho e jantar em casa, ir ter com eles e regressar por volta das 3. Numa das noites dormi lá na casa deles e estas duas semanas foram brutais, ri imenso e já sentia quase que eles estavam a falar comigo em português de tão bem que eu processava as conversas que no entanto eram todas em inglês. Eu parava por um momento e relembrava-me que estava a falar inglês porque já nem dava por isso.
Eles são uns queridos, muito divertidos e dão-se mesmo bem. Ontem partiu-me o coração deixá-los. Foram deixar-me a casa e estivemos meia hora à vontade no meio da rua após eu dizer as primeiras palavras de despedida. Demos abraços e eu fiquei de lágrimas nos olhos, com eles a olharem para mim ternurentos porque não é algo a que estejam acostumados. No fim, foram embora e eu cheguei à porta de casa mas segundos antes de bater à porta, parei por momentos e fiquei a pensar.. Se eu não fizesse mais nada ía arrepender-me, então virei costas silenciosamente e fui a correr atrás deles. Mais abraços, algumas lágrimas mas senti-me realizada, por assim dizer. Foi algo que fiz e sabia que se não fizesse ia ficar arrependida o resto do tempo. Depois lá me pus a caminho de casa e uns metros depois, foram eles a aparecer atrás de mim. Hoje, às 7 da manhã, quando estava prestes a partir o Connor apareceu lá e deu-me um último abraço. Foi tão querido.
Foi muito difícil e ainda falar disso me toca. É tão diferente estas relações assim e eu tenho pena de não os ter comigo durante o ano, acho que não tenho amigos como eles. Eles voltam para Inglaterra na quarta e até quiseram ir visitar-me à escola onde vou ficar, se eu puder receber visitas. Eu ofereci a minha casa sempre que quiserem vir a Portugal e para o ano eles voltam ou caso contrário eu tentarei ir lá, mesmo.
Eu vou contando pequenas aventuras destas últimas semanas, mas agora vou dormir pois daqui a quatro horas tenho de acordar e despachar-me para o aeroporto! Vou tentando actualizar-vos, beijinhos *

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Londres, wait for me!



Eu sei que não vos digo nada à algum tempo e peço imensa desculpa. Têm sido os últimos testes, últimos trabalhos e graças a Deus, já acabou. Agora restam-me os exames mas não é disso que quero falar.
À dois meses atrás, houve uma corrida aqui na zona e tinha como objectivo oferecer uma bolsa de um curso de inglês em Inglaterra ao melhor aluno do concelho nessa mesma língua. Como eu tinha 19 e achava-me entre os melhores, fui a essa tal corrida na qual bastava participar. Nunca mais disseram nada e eu também nunca me enchi de esperanças porque podiam nem oferecer e mais valia manter os pés assentes na terra.
Entretanto esta semana, as coisas começaram a compor-se e começaram a ir avante. Hoje ficou praticamente confirmado e por isso vim logo contar-vos. Não será um mês como previsto mas vão ser 15 dias, vou ser a única a ir com tudo pago porque o meu concelho foi o único que participou na corrida e eu sou efectivamente a melhor aluna do concelho (btw, vou ter 20 na pauta, yey, goal reached) por isso ganhei a tal bolsa. Vou juntamente com alunos de Viseu que vão pagar as suas viagens e eu vou completamente numa aventura porque não vou conhecer mesmo ninguém e Viseu ainda é bastante longe! Vou de avião, durmo no colégio e pronto, mais pormenores não sei. Não sei data que é importante, mas para a semana já devo saber.
Eu andava mortinha por partilhar isto convosco mas não queria lançar foguetes antes da festa e como devem imaginar ainda acho isto surreal, só vou acreditar mesmo mesmo quando estiver a entrar no avião ou a colocar os meus pézinhos em terras inglesas. Mas pronto, é isso! Ando a sonhar muito e vai ser awesome!

segunda-feira, 1 de abril de 2013

*prestes a dormir*
M- Mana, podes dar-me sonhos cor-de-rosa com muitas borboletas e fadinhas?
Eu- Sonhos cor-de-rosa com muitas borboletas, fadinhas e unicórnios. E arco-íris. E GOMAS!
M- Igualmente.
M- E com tartes de maçã do Mc.
M- Mas não sonhes com dor de barriga.
M- Mmmmm, que delícia!