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quarta-feira, 25 de março de 2015

# How Am I


Sempre me foi de difícil compreensão como nos podemos sentir tão desligados da vida. Deambulamos por aí e nada nos parece de verdade, emoções desprovidas de entusiasmo, vivacidade, paixão... Emoções vazias que nos fecham e asfixiam.

É certo que os nossos pulmões nunca param de trabalhar e de nos oxigenar mas, por vezes, a quantidade de energia que nos é sugada é de tão enorme exagero que acabamos por soltar a súplica "Preciso de respirar".
Eu sinto isso e sinto como se fizesse parte de mim, como se tivesse de constantemente lutar por um pouco de sensibilidade. Porque é que não consigo sentir nada? Porque é que desprezo a existência de toda a física que me rodeia? Não me agrada questionar a minha sanidade mental mas, no entanto, dá-me um certo gosto sentir-me desafiada. Custa-me sofrer e encarar os acontecimentos desta minha forma peculiar, o que por vezes se verifica muito pouco ou nada saudável, mas apesar disso sei que isto me ajuda a crescer como pessoa e mais que isso, como ser humano racional que ambiciono permanecer,

Nunca sei quando é a altura ou qual a medida certa em ceder à emoção. Sou demasiado ponderada e ao mesmo tempo controlo impulsos e instintos que tenho curiosidade em seguir. Fico dividida. Eu sei observar, sei que isso pode dar muito mau resultado e protejo-me, diferencio-me. Mas estarei eu a ser inteligente ou a privar-me da vida? A fugir daquela que é por natureza uma complexidade de reviravoltas, quebras e sucessos? Chama-se a isso aprender com os erros dos outros ou permanecer inexperiente nas cabeçadas na parede?

Sinto-me a divagar, no papel e na realidade. E sei que tenho de regressar pois estou a desperdiçar tempo valioso.
Gostava de saber parar, pensamento atrás de pensamento, ter um pouco de paz. Afinal o que é a vida? O que é sentir? Como é que sentimos? É, isto que nos envolve, real?

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

# Secrets I have held in my heart


As horas passam e tudo o que está entalado assim permanece. 
É uma multidão que me cerca, todo um alvoroço de vozes a ecoar cheias de vida e é a ti que os meus olhos buscam. A tua presença move o meu estado de espírito. Oh, o meu estado de espírito... Posso até estar vendada que sinto o teu corpo a centímetros do meu. Distingo o teu odor e este prende-me os sentidos, uma explosão de sentimentos revolve-se dentro de mim. Como posso eu estar bem? Quando a tua voz me embala e sonho acordada com o teu olhar, que posso eu fazer? Que haverá a dizer?
Está frio, estou a congelar e debaixo do chuveiro, as gotas aquecidas e fervorosas caem, queimando um a um os poros da minha pele. Um ardor que me mantém aquecida. Tu és a minha água quente num dia gelado, o frenesim em que deixas o meu coração atrapalha o meu fôlego e afaga-me a alma. Inconsciente, ou não, consegues pois ser também a toalha que me recolhe quando o vapor esmorece e tudo o que resta sou eu, indefesa a tremer. Tudo em ti me encanta e, de seguida, és o pijama que me cobre, todo o teu ser e a tua personalidade é um encaixe demasiado certeiro nos meus recantos mais desafiantes. A pouco e pouco tenho-te em todo o lado... Sem te ter.
Sinto-te de malas prontas a viajar pelo mundo e, antecipadamente, tudo o que me alveja é a saudade do teu ar, do que me fazes sentir, a falta que me farás, a falta que já me fazes...
Ainda que vás, fica comigo

terça-feira, 12 de agosto de 2014

# The Look in Someone's Eyes


Era uma tarde soalheira e quase que podia ser embalada pelas ondulações da água enquanto consentia ao meu corpo que flutuasse e se deixasse levar pelo ritmo da vida. Por razões ainda desconhecidas, os nossos caminhos cruzaram-se, literalmente, e foi adicionada à minha visão do mundo uma nova camada completamente fora do modelo convencional. Uma única palavra proferida foi o suficiente para me acordar e despertar a atenção.
É curioso pensar: e se demorasse cinco segundos extra a mexer-me e chegar ao ponto de "colisão"? Já não passaria apenas de uma realidade não consumada, uma possibilidade perdida no meio de tantas outras que se perdem todos os dias da nossa vida. É interessante pensar que com cada escolha que fazemos, com cada caminho que tomamos, existem outros tantos que se dão por interditos e acabados. Isso é uma das muitas provas de que o nosso destino é talhado por nós dia após dia, somos nós que construímos a calçada da rua da nossa vida, somos nós que plantamos as árvores da nossa alameda, somos nós que tecemos a passadeira vermelha do nosso futuro, somos nós que, um dia de cada vez, colocamos tijolo sobre tijolo e construímos o nosso castelo. E o mapa de infinitas possibilidades e combinações é tão bem construído que mesmo que tomemos o caminho errado hoje, poderemos ter a oportunidade amanhã para retomarmos o certo, aquele que nos é fiel a nós mesmos. Ou não. Claro que algures por aí, existem alguns meros acasos no que toca ao nosso mapa cruzar-se com o mapa de outras pessoas. Eu decidi que ia deslocar-me por ali e nada ia mudar isso, no entanto foi o tempo que demorei a fazê-lo que determinou que colidisse com o seu trajecto, o seu dia, a sua vida, na verdade. E isso acontece com todos nós, a toda a hora. Sem explicação.
Dizem que os olhos são a janela da alma. Pois então, eu diria que o seu olhar me compelia a fazer-me transportar para o seu ser, observar o conjunto de peculiaridades e mistérios que o compunham e irrompiam do seu interior para o seu redor. Uma figura tão estranha e diferente... Mas ao mesmo tempo, cativante.
Sinto-me movida pela possibilidade de viajar, conhecer, descobrir, explorar. Senti-me movida pelo estilo de vida alternativo (desligado de estereótipos, nada a ver), tinha algo de refrescante e novo, aliciante, libertador. Todo o seu ar vivido me fazia gritar silenciosamente por novas experiências, novas realidades, novas metas. Tinha qualquer coisa de invulgar aquela presença e era daquelas que te impedem de desviar o olhar, os seus olhos quase que exigiam o estudo dos meus. Perco a sensibilidade e esqueço-me de onde estou, tudo à minha volta esmorece e ao mesmo tempo vislumbro uma infinidade de experiências que estou a deixar escapar, vejo nele tudo o que estou a perder com a minha vida sossegada e quieta, segura. Faz-me querer mais para mim, uma vivência fora do comum, algo que destaque a minha vida do padrão, algo que a torne não uma vida qualquer mas a minha vida, que me entusiasme tanto que me faça explodir de emoção e satisfação...
Aquele olhar inspirou-me, mudou-me a mim e à forma como estava a projectar o meu modo de viver, e isso é impagável.

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Love sucks



O amor não é cego. Isso é mentira. O amor escolhe colocar-nos uma venda nos olhos e tudo é bonito no que vemos porque só vemos o que o nosso coração quer ver, só vemos as projecções na tal venda do que julgarmos ter à nossa frente em pessoa. O amor é uma porcaria, mas só quando dá para o torto. É hipócrita da nossa parte culparmos o amor e crucificarmos esse sentimento tão intenso. O amor é uma porcaria porque o fazemos uma porcaria, porque o vemos como uma porcaria.
Quando estamos felizes e contentes ninguém se atreve ou lembra sequer em proferir tal coisa, é tudo tão "perfeito" e completo que a vida ganha outras cores, outros cheiros e basicamente ficas repleto de serotonina, dopamina e oxitocina (o que é totalmente verdade) mas o que sentes é o coração a palpitar vividamente, uma ansiedade descomunal, uma explosão de electricidade, carinho, paixão e realização dentro de ti, a desesperar por irromper pela tua pele e incendiar a tua vida de fogo ardente e belo, porque aquele sorriso, aquele olhar e aqueles braços são tudo o que o teu mundo precisa para ter um dia melhor.
Até que num momento tudo colapsa e já não parece nada do que idealizavas mas isso é como quem não tem jeito para o desenho, como eu. Tenho na minha mente uma imagem clara e brutal do que quero mas quando meto mãos à obra, lápis à arte, é como se saísse tudo ao lado, uns meros gatafunhos, um projecto falido do que tinha imaginado porque é impossível transpôr para a vida real seja um desenho, palavras, acções, tudo exactamente igual ao que permanece no nosso íntimo. É isso que acontece com o amor. Nós criamos esta bolha perfeita e depois o que acontece? A realidade acontece. Mas isso é porque tentamos com que esse nosso conto de fadas perfeito passe para a realidade, deixe de ser apenas uma história a pairar nas nuvens do romance ideal. Queremos que seja real. E é aí que a coisa complica. Porque a realidade também consegue ser uma porcaria.
Alguém te pergunta como é que depois de coisas tão horríveis ainda te importas, ainda te dás ao trabalho e fazes as coisas que fazes. A minha resposta é: como é que não o farias?
Amar é estar lá, independentemente de tudo. Amar é assumir uma posição de porto de abrigo, fonte de amor, carinho, compreensão e protecção, como também bola de stress e saco de boxe (não no sentido literal). Amar não é só nos bons momentos. Quem ama aguenta toda a porcaria porque ser amado é sabermos que temos alguém que não nos vai deixar ficar mal e ruir perante os nossos erros, que nos vai segurar ou ajudar a levantar quando tropeçarmos nas pedras da vida ou nos penhascos do nosso ser. Amar e ser amado é assumir um contrato de presença e cuidado.
Claro que há limites, às vezes a mágoa torna-se demasiada e se calhar podes ter um coração maior do que devias. Mas nós só recebemos dos outros o que irradiamos de nós mesmos. Se calhar não recebes em igual medida mas não vais arriscar dar menos só porque recebes menos pois se dás mais, sabes pelo menos que tens a porta aberta para receber mais. Se isso não acontece... Melhores dias virão. Frank Crane disse "You may be deceived if you trust too much, but you will live in torment unless you trust enough." Pois a minha escolha é ser e viver assim, como sou.

Dito isto, o amor continua uma porcaria porque as pessoas conseguem ser uma porcaria. Mas o sol há-de voltar a brilhar no coração de todos nós...

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

# Do Not Let My Fickle Flesh Go To Waste


Permite-me deambular por entre sonhos e projectos, pensamentos e indecisões, vida e a sua ausência.
Às vezes perco o rumo, como um dente de leão que se deixa levar pelo vento. É tão mais fácil darmos por nós desgovernados quando não sentimos firmeza na nossa pessoa... Angustia-me pensar em tudo o que perco, toda a panóplia de sensações que podia estar a sentir se não estivesse preenchida de emoções vazias. Todo o meu percurso errante e paradoxal mexe e remexe com aqueles que são os dramas existenciais. Então para onde vou? E que faço agora? Tiram-me uma segurança, o que esperam em troca? Fico sem o chão dos meus pés, como aprendo a voar? Quem sou eu quando me perco? E quem seria se não me perdesse? Estou perdida?
O ressoar duvidoso do tempo apanha-me ao canto da sala, sentada e com o olhar fixo na escuridão que paira sobre as minhas dúvidas. Sentido? Duvido que faça. Lógica? Quem sabe se existe. Fosse o mundo um lugar fácil e certo, ninguém o apreciaria..

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

# Underneath The Skin There's a Human


Era uma noite como outra qualquer e deambulava pelas ruas cobertas de gente. O fim do Verão não dava de si, o calor abrasador que se fazia sentir era cheio e envolvente. Ao longe, avistou o mesmo rapaz que a abordara horas antes mas desta vez acompanhado por um homem possivelmente de meia idade. O rapaz acenou-lhe e com um passo descontraído, ela aproximou-se. Agora de perto reparara no senhor sentado, de cabelos meio grisalhos e trajes simples. Não era um senhor pomposo, era um senhor da serra. Os seus olhos postos nela intrigavam-na e traziam-lhe afabilidade, era um olhar honesto e cortês. Falara por minutos com o rapaz e encontrava-se na despedida, pois nem sabia se o voltaria a ver. Então de repente os lábios do senhor movem-se e as suas palavras são inesperadas. És linda, parabéns. Sentiu-se completamente apanhada desprevenida, desnorteada. Tudo de bom para ti na tua vida, que sejas feliz e alcances os teus sonhos. Tudo de bom. As dóceis palavras proferidas aterram no seu ser com tamanha incredulidade. Ela agradece continuamente, com um sorriso tímido. De regresso a casa, aquelas palavras ecoam na sua mente. És linda, parabéns. Como é que é possível? És linda, parabéns. Sente-se enternecer e certamente explicação não a consegue encontrar. És linda, parabéns. Não era a primeira vez que ouvia comentários deste género mas desta vez tinha sido diferente. Um estranho, sem qualquer intenção de ter algo em troca ou de a arrebatar. Apenas um comentário genuíno, sem gozo ou maldade, na sua clareza e simplicidade. E pela primeira vez em muito tempo, ela não desprezara tal comentário como um elogio sem fundamento. Chegou a casa, colocou-se em frente ao espelho e por momentos baixou alguma qualquer barreira que a toldava. Por ínfimos segundos, inspirou as palavras do senhor e sentiu lágrimas deslizarem suavemente pela sua face deixando-a a brilhar como uma superfície bela e polida. Por uma pequenina fracção de segundos, ela via, ela realmente via o que o senhor dizia, ela observava algo mais que prendia o seu olhar ao espelho, que a impelia a olhar mais e mais de perto tentando perceber o que mudara. Por momentos e momentos apenas, ela viu o que outros clamavam ver, ela sentiu um gostinho de verdade em todas as palavras que rebaixara. E num abrir e fechar de olhos, tudo voltara ao habitual. O espelho já a repelia e tudo o que observava seria ordinário e comum. Ainda não é hora mas um progresso foi feito e no coração aloja-se a esperança. Talvez, e só talvez, haja mesmo algo mais a sentir e a perceber.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

# A Thousand Slowly Dying Sunsets


Não há forma de delimitar o tempo, esse senhor imensurável e indefinido que nos cerca noite e dia. E só dizer isso já está errado porque tempo não é algo ou alguém, é uma ideia por nós concebida. Algo imparável, universal, irreversível, imutável e que representa um pouco de omnipotência também.
Acompanha-nos toda a nossa vida, carrega consigo a nossa bagagem, todos os momentos que passámos, as memórias que guardamos, toda a nossa história, seja ela curta ou longa. Será considerado um amigo ou inimigo conforme a perspectiva, pois não tem como função nenhum dos dois. Só está cá para nos guiar, apresentar questões fundamentais, sejam obstáculos ou pequenas pérolas da vida, e ensinar-nos a curar as nossas feridas, o nosso coração e a nossa alma. Mas o tempo não pára para ti. Não. Parando para ti, teria de parar para todos os outros e assim estaria a interferir com o decurso da vida de cada um de nós. É como um comboio que nunca se atrasa, nunca sai fora do plano. A partir do momento em que entras na viagem da vida, o tempo estará presente e será o teu treinador. É com o tempo que aprendes. Não sendo algo proporcional à tua idade mas sim à tua disposição a aprender. Podes entrar num desporto cheio de garra e perceberes que singras muito melhor do que alguns que estão lá à anos simplesmente por estar. Essa é a diferença que a força de vontade impõe em todos nós.
Dá-te feliz por teres tempo, disfruta dele sabiamente pois todos nós queremos tempo e ele parece querer escapar por entre os nossos dedos, lá está, com ânsia de apanhar o comboio. Com tempo, tudo se faz e tudo se consegue. Aprecia o tempo e vive-o.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

# It's Dark Inside



Fechei os meus olhos e aí me encontrei. Sentada junto a ti, dando vida às palavras que escrevo e sentindo o palpitar do teu coração entre cada frase. Os teus olhos fixavam o movimento dos meus lábios enquanto te lia o que não conseguiria dizer de outra forma e isso não me incomoda de todo. O tempo do mundo parou para me ouvir e as palavras que proferi são o centro da gravidade do teu quarto nesse momento. Pergunto-me se tens a noção das coisas que digo, do sentido de todo este emaranhado de vocábulos perdidos e envolvidos em sentimentos, de todo o valor por detrás da estranheza presente em mim. É mais que tudo isso que vês, mas poderás não o perceber. Fiz silêncio, olhei-te nos olhos e não te pronunciaste. A minha respiração ansiosa proporcionava uma falta de ar intermitente e nem o calor do teu toque, das tuas mãos, me acalmava. Tudo havia sido dito e eu não conseguia prescindir da tua companhia, de deitar a cabeça no teu peito e permanecer em silêncio mas levantei-me e parei junto à janela, aguardando algo. Fechei os olhos e voltei a mim, aqui, neste ermo da minha mente.

quinta-feira, 9 de maio de 2013

# I Doubt It



Era uma tarde agradável e reconfortante, os meus passos lentos e confinados eram seguidos por uma brisa suave e quente que pairava no ar. Ao longe no horizonte, o Sol descia como que a preparar-se para assentar adormecido e dar lugar à Lua, sua amada proibida. Eu caminhava para ti e trazia vestidos os calções que sempre adoraste, levando nos meus braços o teu livro preferido e os teus óculos de sol de estimação que, sejamos sinceros, estabelecem comigo a relação perfeita. Não ias gostar de saber mas tenho dormido pouco e mal, por isso os meus olhos denotam o cansaço que me preenche ou talvez esvazie, como algo furado. Sei que se estivesses comigo não o irias permitir e confesso que também não me tenho alimentado. Não é nada como a mania das dietas, apenas não tenho tido apetite e sei que é errado. Contrariamente ao que seria de esperar, não me sinto tão fraca como no inicio. E com o tempo, ganhei mais à vontade e já não me custa a respirar ao atravessar estes jardins inertes. Até consigo ver mais do que um ambiente desfalecido, já vejo isto como um ambiente belo na sua plena serenidade.
Paro diante do teu sepulcro e sento-me à sombra do cipreste que te resguarda dia e noite. Leio para ti, olho para o céu repleto de nuvens e imagino-te de novo a meu lado. Nunca foste seguro de ti ou das tuas escolhas, nunca arriscaste e por isso fico triste que não tenhas dado vivacidade à tua existência, tragicamente curta. Todas as vezes que aqui venho, relembro as tuas palavras de eleição. Eu duvido. Palavras essas que proclamavas face a qualquer adversidade. Palavras essas que te demoviam de te tornares um lutador. Palavras essas que te cercaram e te mantiveram fechado na tua zona de conforto. Palavras essas que acompanharam a tua vida e te continuarão a acompanhar agora e para sempre, gravadas na tua lápide, pois não faria sentido de outra forma. Relembro estas palavras e renovo-te todos os dias a promessa que fiz. Os teus erros não serão os meus erros, os teus medos não serão os meus medos e assim dou à tua vida o valor que tu nunca deste. Eu não vou enfraquecer intimidada com as decisões que tenho de tomar e eu vou perseguir os meus sonhos, mas eu não duvido de que deverias viver isto comigo.

quinta-feira, 11 de abril de 2013

# Not enough


Estes pensamentos corroem-me como chuvas ácidas ao perfurarem e moldarem belas estátuas de parques. Cada pedaço do meu corpo é uma insegurança por si só. Como se eu olhasse o mundo de baixo para cima, onde me encontro submersa e vejo todos os outros à superfície, assistindo à minha aflição por conseguir erguer-me e respirar. Como se nada do que eu fizesse fosse suficiente para me elevar, para me tirar destas profundezas. E é isso que reside, o sentimento de que não sou suficiente.
E queima. Esta sensação de depreciação. Como se um enorme peso invisível descansasse sobre o meu peito e o esmagasse lentamente, em que eu me encontrasse no limiar de perder os sentidos. Mas ninguém percebe. Nem eu consigo compreender mas eu sinto-o e isso basta-me para acreditar na veracidade da situação. Ninguém vê o que eu vejo e isso deixa-me confusa porque todos me descrevem como algo ao qual eu não creio corresponder. E se o que sinto parece tão real, como poderei sequer abrir a hipótese de acreditar em algo contrário?
Sinto-me mal. Irrelevante e reduzida. E quando dou por mim, as lágrimas rolam pela minha face descontroladamente. Não tenho noção de à quanto tempo isso está a acontecer nem me lembro de o ter permitido mas elas não querem saber, expressando-se quando eu mesma não consigo.

domingo, 10 de março de 2013

# Stop. Hold your breath. Start chasing.


Tique-taque, tique-taque. Pára. Apenas pára tudo. Precisas de ter alguma paz de espírito, resolver tudo o que te persegue dia e noite e está a chegar a hora de o fazeres. Consegues ouvir a urgência dos teus movimentos? Consegues sentir a pressão no ar? Liga a música e deixa-a penetrar na tua mente, descontrai-te e fica preparada. Agora olha debaixo da tua cama e diz-me se não é lá que se escondem muitos dos teus fantasmas, carregados com os teus medos e desejos, inseguranças e incertezas. Agora pergunto-te, queres controlar ou ser controlada? Não, não faças barulho e não os deixes verem-te, precisas do elemento surpresa.  É aí que vais encontrar os pedacinhos da alma que perdeste e da vivacidade da qual sentes tanta falta. Tudo se resume a esse acto de coragem, esse instante em que decidires enfrentar tudo de cabeça erguida mas não se trata apenas de te mentalizares, respira fundo e dá um passo em frente. É no silêncio que te tornas vulnerável por isso aumenta o volume. Não os tentes despedaçar pois eles vão desmaterializar-se e reaparecer se não agora, mais tarde. Fecha os olhos, sente a frescura arrepiante deles a penetrarem no teu corpo, trespassando a tua alma e não lhes dês a alegria de retaliar. Não lutes contra ti própria. Absorve a sua essência e aprende com eles, aceita-os e aqueles com os quais não podes viver, destrói-os. Parece fácil, mas requer força de vontade. So how it's gonna be? It's up to you. Whenever you're ready, be ready and fight for your happiness.

domingo, 17 de fevereiro de 2013

# Night


De um sono profundo, abro repentinamente os olhos e sinto os meus dedos a entrelaçarem-se nos lençóis de forma violenta. Ergo o meu corpo, impossibilitada de respirar, e olho fixamente a escuridão. Procuro absorver uma lufada de ar que me sossegue mas apenas agravo a aflição que me tolda os sentidos, acelerando fugazmente o bater do meu coração. Coloco a mão sobre o meu peito e pressiono, enquanto que as lágrimas que me percorriam a face se transformavam agora num choro compulsivo. Começo a sentir um peso nas têmporas e temo que vá desfalecer. Tento permanecer focada e calma e com a outra mão,  pressiono ainda mais o peito até começar a sentir-me mais descontraída e a ganhar o controlo. Tudo o que sinto é o ar a instalar-se em mim e lentamente vou acalmando, os músculos relaxam e a respiração toma um ritmo seguro e regular. Solto as mãos ainda a tremer, limpo o rosto e permaneço sentada na cama. Espero uns minutos até garantir que voltei efectivamente ao normal e só depois me volto a deitar e aconchegar nos lençóis. Fecho os olhos e visualizo o movimento do ar nas minhas vias respiratórias, uma última vez antes de adormecer. Descanso e preparo-me para a próxima noite.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

# Comptine D'un Autre Été


Páro por um momento e pouso o livro que tenho em mãos. Sinto olhares a perscrutarem-me as expressões tentando decifrar em que estou a pensar. A minha mente anteriormente dispersa está agora bem focada e desenredei toda esta farsa em que tenho vivido. Como pude ser tão ingénua? Como me pude conformar com tal decisão? Tudo na minha cabeça se torna claro, claro como a água. Levanto-me e sinto a premência de desaparecer daqui. Não sei o que pensar, não sei o que sentir. Apresso-me a sair da sala e dirigir-me ao meu quarto onde faço as malas. Faço as malas como nunca as fiz, metodicamente e com frivor, não esquecendo um único elemento. A confusão tolda-me o rosto, mas também a desilusão e a revolta o fazem. É tanto para assimilar e sinto-me traída. Vazia e perplexa. Caminho até à porta e vejo mãos a erguerem-se em torno de mim para me anteciparem os movimentos. Os seus pulsos fortes e determinados prendem-me os meus, tentando demover-me da minha decisão. Deixem-me, deixem-me ir. Eu preciso de ir. Desfaço-me em lágrimas mas são lágrimas repletas de ira. Com movimentos rápidos e desmedidos, afasto violentamente qualquer um que me tente agarrar. Larguem-me, larguem-me já. Vocifero, enquanto me componho e apanho alguns objectos que me caíram das mãos. Os nervos e o desespero atacam-me e encosto-me à parede, deslizando abaixo até ficar sentada no chão onde tento reprimir as lágrimas e o sofrimento que parece consumir-me. As suas palavras tentando me acalmar são como lenha que atiram para atear ainda mais o fogo, levanto-me e já não meço o que digo nem o meu tom de voz profundamente magoado. Era o meu sonho, não tinham o direito de mo tirar. Meu e só meu. A minha paixão, o meu alento, a minha força de viver todos os dias. E eu acreditei, acreditei quando me disseram que era o melhor a fazer, abandoná-lo. Foi como desistir de uma parte de mim mas agora percebi, percebi a mentira que me fizeram viver. É o meu sonho e eu tenho de lutar por ele. Viro costas e não olho para trás. Só preciso de um lugar para me resguardar e pensar com clareza. Desato a correr prado fora, seguindo a brisa e focando o horizonte em direcção ao lago e aos belos exemplares de árvores que o circundam. Corro. Corro pelas coisas que me fazem querer ir mais além, corro pelo que me dá razões para viver, por tudo o que aspiro a conquistar e por tudo o que não me podem tirar. Corro por mim e pela minha vida.


Ps: este texto foi inspirado na música Comptine D'un Autre Été de Yann Tiersen, sugerida pela Cassandra :)

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

# Breathe


Respira. Esta voz na minha cabeça impede-me de desfalecer. Estas paredes de arbustos que se elevam junto a mim, esta luz que me atrai... É-me difícil focar tudo isto. Sinto-me pequena, ingénua, atenta a quem me chama. Estico o meu braço e toco as folhas, sentindo o poder da juventude inundando-me a alma. Não sei onde vou mas já sei onde estive e a curiosidade leva-me em frente. Respira. Cada lufada de ar é um pouco de conhecimento que se entranha em mim. Cada passo que dou é um pouco de experiência que absorvo. Este labirinto parece não ter fim. Respira. À medida que avanço, mais são os caminhos que posso tomar e maior é a pressão. Qual o certo? Qual o meu? Estas dúvidas que me assolam tentam-me a olhar para trás. Não há como regressar, apenas continuar e perder-me no cerne desta minha jornada. Caminho enquanto a angústia me preenche e o medo ressoa ao ritmo do meu coração. Que estou eu a fazer? Respira. Treme, esta terra que me sustenta está a tremer. Vejo o solo elevar-se à minha frente e só me resta começar a subir. O cansaço devasta-me e sinto o peso do tempo. Que é feito desse velho amigo? Lágrimas escorrem-me pela face, no preciso momento em que chego ao topo e testemunho o que me espera a seguir. Respira. Desta vez também eu preciso de repetir, respira. À minha frente... vejo o fim. O que eu tão cegamente esperava alcançar, o culminar de todas as escolhas que fui obrigada a fazer... Vem tempo, deixa-me voltar atrás, dá-me uma oportunidade de observar cada flor daqueles arbustos, cada pedra por que passei, cada raio de sol que me iluminou e cada gota de água que me acalmou. Deixa-me recomeçar, eu deixei tanto por fazer, tanto por descobrir, tanto por amar. Tanto por fazer, suspiro... Não. Não, não e não. Por favor. Respira. E espera acordar deste sonho que te aterroriza todas as noites.


Ps: Este texto foi inspirado na música Breathe dos The White Birch, sugerido pela Hayley.

domingo, 27 de janeiro de 2013

# I run and run as the rain come


Desespero. Sem mais forças, deixo-me cair onde o meu corpo me levou. O frio faz-se sentir, transpondo a barreira que as roupas deviam representar. A chuva incessante mistura-se com as lágrimas que me toldam o rosto, agora sem possível distinção, e lava-me também o espírito tentando acalmar-me, ao carregar consigo o máximo de tormentos possível para longe. O vento remexe os meus cabelos violentamente e movimenta-se como se tivesse uma missão a cumprir, com tamanha urgência e longe da compreensão, levando consigo todas as palavras que pudessem ser proferidas. Isto se algo eu dissesse. Rendida ao choro e a esta dor que me corrói por dentro, este vazio que se estende no meu interior, nada posso fazer do que envolver-me nos meus próprios braços e tentar controlar a respiração ofegante. Quero levantar-me, correr e deixar-me embrenhar pela escuridão, ser tomada por inteiro e não voltar atrás. Estes demónios assolam-me a mente e brincam com a minha sanidade. Nem forças para gritar tenho, enquanto estes sentimentos me consomem. Nada faço pois nada sei. Apenas fico ali mal amparada, observando a fúria da natureza e deixando-a invadir todo o meu alento, alimentando fugazmente este desejo de esquecer tudo e apenas recomeçar, ultrapassar toda esta mágoa intemporal, esta mortal necessidade de me aperfeiçoar. Preciso de tempo, mas esse não pára por mim. Esgotada e angustiada, tudo o que me resta é cobrar uns momentos só para mim, mesmo que nada me resolva, mesmo que nada mude e mesmo que nada volte aos trilhos. Só preciso de sossego, ouvir o vento sussurrar-me ao ouvido e respeitar a imponente água que vem do céu fazer-me companhia, sentir a força da terra e respirar o ar fresco e revitalizante, acreditar na natureza e interiorizar que a minha presença importa, seja no alto da colina ou no fundo dos oceanos, aqui ou ali, eu hei-de pertencer nalgum lado. Quando isso acontecer, vou poder levantar-me e fazer da minha vida a melhor que conseguir. Até lá... Ficarei aqui, implorando um pouco de tempo e, sem saber onde ir ou que fazer, recuperando forças nos confins da existência, espero realmente conseguir renascer e recuperar a paixão pela vida.

domingo, 25 de novembro de 2012

# Se eu fosse um dia o teu olhar



E é como observar uma nova alma a amadurecer. Um novo rebento de vida. O amor certamente também é vida. E nada é mais belo do que pressentir algo de especial, algo que sem querer nos aquece o coração, algo que nos faz esboçar um sorriso e nada sabemos explicar. É isso mesmo. Inexplicável. Algo que intrepidamente nos assoma por completo sem fazemos ideia do que foi mas algo que não tememos pois sentimos que é inócuo. Algo genuíno, algo que quase que passa despercebido mas segundo após segundo vai despertando em ti algo que não consegues definir, levanta multidões de pequenos sentimentos que se revolvem e emaranham nos teus pensamentos, ínfimas sensações que te vão moldando as reacções. Sem conseguires controlar, estás a ficar arrebatada e só resta saber uma coisa. Será desta que baixarás a guarda? Será desta que enfrentarás sem medos o que vem a seguir?

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

# Passing by


Estranhos. Um monte deles. Ténues são as linhas que neste momento me fazem sentir ligada a este lugar. Era capaz de me levantar e começar a caminhar sem parar. Caminhar para longe, sem destino e sem olhar para trás, sem temer o que é novo e está por conhecer. Porquê? Porque não faria diferença, tudo decorreria da exacta mesma forma. As crianças correriam, uns jogariam ténis de mesa, uns na fila para a máquina dos chocolates, uns jogariam às cartas enquanto outros falariam de mil e uma banalidades do dia a dia. É toda uma imensa dinâmica onde eu não me sinto integrada, é como se eu não estivesse ali. Rapariga invisível. Saio a porta, entro a porta, levanto-me, sento-me, bocejo, rio e choro. Ninguém dá por nada e é totalmente compreensível. Sinto-me uma alma enclausurada. É estranho pensar que não tenho papel algum, ou pelo menos estou longe de o definir. Estarei cá eu para apoiar e guiar os meus próximos? Estarei cá para ser a rapariga com um pouco de simpatia e generosidade a oferecer até a quem não conhece? Estarei cá eu para influenciar o rumo de cada um e as suas decisões, como um mestre filósofo não mostrando a atitude e o caminho correctos mas ensinando seus aprendizes a saber escolhê-lo? E eu? É egoísta da minha parte questionar quem está para mim? Aqui estou eu, mais do que sozinha, vazia. Como se um imenso vendaval tivesse passado e levasse consigo tudo o que me é perceptível e sensível, tudo o que preenche cada espacinho da minha personalidade e do meu ser. Quem sou eu? E porque sou assim? Mais importante é querer saber o que fazer, o que mudar para voltar a sentir o que desapareceu. Falta algo. Falta sempre algo. E eu não quero só existir, eu quero viver. Preciso de ar, preciso de sentir e sem poder mais, tenho de ir lá fora. Com um frio de gelar, só assim consigo refrescar a memória e fazer-me ver que estou viva, que preciso de um abanão. Está frio, muito frio, mas eu sinto-o, o vento provocando os meus caracóis deixando-os esvoaçar rebeldes e imparáveis, a chuva a molhar-me a cara, a brisa que me gela o nariz e as mãos. E aí, em contraste com tudo isto, a minha mente acende com um fogo estonteante e sem forma de cessar. E agora, o que me prende? Porque não vou? Porque não me sinto? É difícil adormecer com os mesmos exactos pensamentos e questões, todas as noites, sem excepção. E nada mais posso fazer a não ser esperar, como sempre o fiz. Esperar por uma mudança, uma reviravolta na trama. Esperar algo, talvez apenas um sinal.

sábado, 10 de novembro de 2012

# It's the house telling you to close your eyes


Sinto no ar um cheiro a nostalgia. Sentada, observo as pequenas partículas de poeira a flutuarem no ar, iluminadas pelo pôr-do-sol. Sinto que se avizinha uma intempérie, juraria pela minha vida que aquelas nuvens trazem consigo grandes adversidades. Perco o foco e divago por entre especulações e medos do futuro, não sei o que esperar e como vou reagir de volta. Sinto no espírito uma fraqueza tremenda como se a qualquer momento tudo à minha volta ruísse e eu ficasse ali sem saber o que fazer, para onde ir e no que acreditar. Sinto no coração mil e um estilhaços do que antes era uma certeza e agora uma insegurança, sinto na alma uma loucura inexplicável que se apodera de mim e de tudo em que acredito, sinto na minha pessoa um vazio desconhecido, a ausência de brilho, de vida. E o sol vai descendo, desvanecendo e perdendo-se no meio do caos, demonstrando a sintonia em que se encontra com a minha persona. Mentes em conflito, traumas à descoberta, instabilidade crescente, paz interior desaparecida, medos permanentes, esperanças perdidas, implosão de desespero. Lutar cansa, ser forte cansa, sobreviver cansa. A minha alma recalcada, pede-me que não desista e não o farei, apenas não tenho força para suportar constantemente as muralhas que me cercam e me protegem, por vezes perco-lhe o norte àquela bravura e firmeza com que me preencho. A persistência que cativa qualquer um. Lá no fundo, sonho fortemente com um abraço intenso que me envolva e que me aqueça, isolando de toda e qualquer dor. O sol desapareceu algures no horizonte. É agora de noite e tenho medo, medo de mim e dos meus pensamentos mais sombrios. E o silêncio traz consigo a solidão sorrateira e maliciosa que ataca com perícia. Preciso de me sentir invencível, poderosa de mim mesma, segura do meu potencial e de que não estou só, de que eu sou a melhor e mais fiel companhia que alguma vez terei. Minto. Rectoricamente. Na alma, sinto agulhas a espicaçarem tudo o que de decente possuo e vejo a minha sanidade mental a voar-me das mãos. Oiço a chuva a cair, impiedosa e rasgante. Assombram-me os fantasmas de tudo o que esperam de mim e das fasquias elevadíssimas que me colocam à frente. Não sou nem serei a perfeição em pessoa e sou condenada por cada erro que cometo, por isso resguardo-me e procuro resistir. Sinto-me uma forasteira neste mundo, em guerra interiormente procurando uma solução. Sinto a falta de firmeza e consistência na minha pessoa. Têm agora lugar relâmpagos e trovões, raios e coriscos, confortando-me como força natural que são e com inexplicável satisfação que me dão. O meu olhar perde-se algures e vai desfocando, ao mesmo tempo que a audição ganha força e tudo em que me concentro é no relógio que tiquetaqueia incessante penetrando nos meus pensamentos. Estar, não estar, agir, não agir... E tudo a tempestade levou. É este o cenário que me atormenta e faz temer tudo o que me possa atacar, indefesa e solitária, perdida em pensamentos e embrenhada na candura desta noite. Sinto tudo e tudo me atinge mas chega a hora e as luzes apagam-se. Aí tudo se foi e eu… Eu deixei de sentir.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

# 2


" E caiu sobre si mesma. A fraqueza há muito se instalara mas só agora se deixara levar. Não podia mais fingir que tudo estava bem, era imperativo que parasse por um momento e permitisse a si própria sentir. Sentir a dor apoderar-se de si e manifestar-se, impetuosa e imparável como um imenso tornado levando consigo tudo o que é capaz.
Era determinada, nunca se fora abaixo ao primeiro obstáculo e nunca desistiu cedendo a qualquer tipo de dores, pois não era de sua natureza. Treinou-se bem e isso era visível. Muitos a tomavam como indestrutível e um poço de felicidade mas na verdade não o era, apenas sabia ser forte e as circunstâncias assim o pediram sempre. Ninguém o sabia. Os seus limites pareciam estender-se cada vez mais e no entanto as linhas que não devia ultrapassar para seu bem encontravam-se cada vez mais chegadas. Era extenuante a luta no seu interior, o seu lado racional prevalecia constantemente em relação ao lado emocional. Resguardara-se a si e ao seu coração num recanto tão próprio quanto a sua personalidade. Sabe isolar os seus sentimentos, tem momentos de tensão e outros de tentação mas sabe sobrepôr a racionalidade, apesar de nem sempre ser o melhor para si, é a sua maneira de ser e de se manter protegida num mundo que a fez pequena e vulnerável a todo o mal, num mundo que a qualquer momento a pode derrubar e deixar por sua conta. Nunca se poderia entregar de corpo e alma como se tivesse certezas de que estes permaneceriam intactos. Diariamente se ergue forte e insegura, enfrentando tudo com que se depara e escondendo as suas cicatrizes, mostrando-se emocionalmente imponente. O seu espírito de sacrifício é admirável e a sua sanidade mental é a mais afectada mas a mais conservada pela inteligência que alguém alguma vez sonharia poder existir na sua alma. "

sábado, 29 de setembro de 2012

# Frankie said and he's damn right




"Mas... Tens de parar de te sugar! Tens de deixar o teu positivismo e o teu brilho fluírem de ti! Não te deixes apagar, simplesmente não podes permiti-lo! Todos os vilões têm os seus heróis e se tu és o teu pior inimigo, tens de ser também a tua melhor heroína. Luta contra ti própria e conquista a tua felicidade!
Podes contar comigo e eu estou do teu lado, não tens de lutar sozinha. Somos dois contra uma por isso temos as probabilidades de vitória do nosso lado. Não te tornes nesse grande auto-buraco negro, fecha-o e enterra-o.
Pare de se consumir a si própria, my dear."