Fechei os meus olhos e aí me encontrei.
Sentada junto a ti, dando vida às palavras que escrevo e sentindo o palpitar do
teu coração entre cada frase. Os teus olhos fixavam o movimento dos meus lábios
enquanto te lia o que não conseguiria dizer de outra forma e isso não me
incomoda de todo. O tempo do mundo parou para me ouvir e as palavras que
proferi são o centro da gravidade do teu quarto nesse momento. Pergunto-me se
tens a noção das coisas que digo, do sentido de todo este emaranhado de
vocábulos perdidos e envolvidos em sentimentos, de todo o valor por detrás da
estranheza presente em mim. É mais que tudo isso que vês, mas poderás não o
perceber. Fiz silêncio, olhei-te nos olhos e não te pronunciaste. A minha respiração
ansiosa proporcionava uma falta de ar intermitente e nem o calor do teu toque,
das tuas mãos, me acalmava. Tudo havia sido dito e eu não conseguia prescindir
da tua companhia, de deitar a cabeça no teu peito e permanecer em silêncio mas
levantei-me e parei junto à janela, aguardando algo. Fechei os olhos e voltei a
mim, aqui, neste ermo da minha mente.
1 comentário:
Escreves com tanta alma!
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