domingo, 17 de fevereiro de 2013

# Night


De um sono profundo, abro repentinamente os olhos e sinto os meus dedos a entrelaçarem-se nos lençóis de forma violenta. Ergo o meu corpo, impossibilitada de respirar, e olho fixamente a escuridão. Procuro absorver uma lufada de ar que me sossegue mas apenas agravo a aflição que me tolda os sentidos, acelerando fugazmente o bater do meu coração. Coloco a mão sobre o meu peito e pressiono, enquanto que as lágrimas que me percorriam a face se transformavam agora num choro compulsivo. Começo a sentir um peso nas têmporas e temo que vá desfalecer. Tento permanecer focada e calma e com a outra mão,  pressiono ainda mais o peito até começar a sentir-me mais descontraída e a ganhar o controlo. Tudo o que sinto é o ar a instalar-se em mim e lentamente vou acalmando, os músculos relaxam e a respiração toma um ritmo seguro e regular. Solto as mãos ainda a tremer, limpo o rosto e permaneço sentada na cama. Espero uns minutos até garantir que voltei efectivamente ao normal e só depois me volto a deitar e aconchegar nos lençóis. Fecho os olhos e visualizo o movimento do ar nas minhas vias respiratórias, uma última vez antes de adormecer. Descanso e preparo-me para a próxima noite.

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