quinta-feira, 9 de abril de 2015

Sensitivity Analysis



As nossas escolhas moldam o nosso caminho e, ultimamente, a nossa vida. E se eu não tivesse feito isto? E se tivesse arriscado naquele dia? E se não tivesse mantido a boca calada? E se... E se...

É curiosidade natural, aquela que me toma ao acercar-me destas questões. Afinal, tudo aquilo por que passei me define e criou os traços que hoje carrego, sejam físicos ou psicológicos. Quão diferente seria eu com uma simples alteração numa das variáveis que me ergueram? Como é composto o leque de possíveis Joana's em múltiplos universos paralelos? E se eu fizesse precisamente todas as escolhas contrárias às que fiz até agora, quão afastada estaria da pessoa que sou hoje?
É comum defender que não nos devemos arrepender das escolhas que já fizemos pois, na altura, era o que queríamos. Eu aprendi que essa afirmação não é, de todo, aplicável em todas as situações, afinal somos humanos e, mesmo inconscientemente, podemos optar por A convencendo-nos de que é o melhor quando B é realmente o que queremos. A questão é: se não se arrependem de absolutamente nada na vossa vida, ou estão a levar uma vida de bradar aos céus e congratulo-vos por isso ou não estão a sair da vossa zona de conforto e é possível discutir a vossa definição de viver.

Eu gosto de pensar que não me arrependo de nada mas é claro que não gosto de me mentir a mim própria. Acho que arrepender-me não é bem o termo certo mas por vezes penso nas decisões que tomei e sinto um murro no estômago, um toquezinho amargo ou uma ponta de embaraço. Acho que a razão pela qual não o defino como arrependimento é porque aprendi com isso, aceitei o "erro" e tomou parte da minha personalidade. Querer mudar isso é como aqueles avisos nos filmes com viagens no tempo, qualquer pequeno deslize pode provocar mudanças irremediáveis, porque vamos construindo tudo camada a camada e mexer nas fundações de uma casa pode fazê-la ruir.

O que quero dizer é que o truque parece-me ser, não o evitar de más escolhas, mas sim a forma como nos erguemos e damos a volta após isso. Pelo menos, quero acreditar que sim.

5 comentários:

Mariana Santos disse...

Parece-me que o truque é exatamente esse! Só assim saberemos como agir no futuro.

Um beijinho

Stephanie Warmwind disse...

Todos erramos, fazemos escolhas menos acertadas e, inegavelmente, sofremos as suas consequências, sejam elas boas ou más. Mas uma vez tomada a decisão, não há nada como abraçá-la e aceitá-la, fazendo dela a melhor opção possível.
Pode ser difícil ter esse pensamento quando, por vezes, tudo parece correr mal, mas a vida é demasiado curta para nos deixarmos engolir por arrependimentos!

Carolina Ferreira disse...

Concordo plenamente contigo, Joana!

Sophie disse...

Nesse aspeto penso como tu. Gosto de pensar que não me arrependo de nada, mas por vezes dou por mim a pensar se tivesse feito uma coisa em vez de outra se não estaria mais feliz, se tudo tem sido uma mentira ou se eu estou mesmo numa zona de conforto que não quero sair. A questão é que tudo isto nós nunca saberemos se estamos a tomar a decisão certa ou errada, porque no momento esta decisão tem de ser tomada e naquele momento pode ser. No entanto, as peças podem mover-se e a decisão já ser má ou então precipitada. Mas essa é a vida. Cheia de peripécias e imprevistos que a tornam tão interessante como stressante.
Vive a vida com calma e sabedoria e verás que às vezes é bom ela ser como é.
Beijinhooo

Anónimo disse...

Tal e qual. O último parágrafo diz tudo.