quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Tortura


E claro que hoje foi dia de Biologia. A professora decidiu fazer perguntas a uma colega minha sobre a matéria da aula passada e para tal, forçou-a também a ir para a frente de toda a turma, com o blusão (minúsculo) a abrir e fechar o seu fecho éclair demonstrando assim como se dá a replicação do DNA de tipo semi-conservativo. Eu cá só me imaginava no lugar dela e na tortura que iria ser. Claro que até é uma maneira de decorarmos o que acontece e não o nego, mas se quer, que exemplifique ela aos alunos tal como o fez na outra aula. Ou dava a escolher à minha colega se ela queria ou não ir mostrar. Previsível é o facto de ela fazer isto muitas vezes, colocar questões sobre matéria dada na aula anterior ou até na própria aula e pedir-nos para explicar como se o fizéssemos a miúdos de 4 anos. O truque é mostrarmo-nos atentos mesmo que o olhar seja vazio e nós estejamos completamente num universo paralelo. Tem funcionado para mim e se não me recordo bem de todos os pormenores da matéria dada, só rezo "eu não, eu não" e espero que dê certo.
Falando agora das conversas pouco ortodoxas da senhora professora, apenas peço desculpa pelo vocabulário que vou utilizar no sentido de reproduzir fielmente o discurso apresentado pela prof.


* Aluno faz questão sobre o vírus da SIDA e mutações genéticas *
Prof- Ah, não. Tu tens a pele assim bonitinha, sem borbulhas, o teu brinquinho (blá blá). Perfeito...
R. (interrompe a rir-se desalmadamente)- De cima a baixo !
Prof- De cima a baixo e de baixo a cima. Mas uma coisa é certa, pois se, por um raspãozinho que seja, HIV te chega ao sangue... Tu estás f*-di-d* ! Completamente.

(...)

* Começa a falar do amigo espanhol que ficou solteiro e que agora quer vir para Portugal *
Prof- Ele começa com aqueles coisas a dizer 'Ai, estoi solito, estoi solito'. A ver se não se põe com ideias, era o que mais me faltava. Digo eu á c'a porra !

(...)

Prof- Ah mas os espanhóis são maravilhosos. Sempre alegres, prontos para qualquer festa, muito animados, roupas coloridas, giros, gostam muito de conviver. Os portugueses é que têm aquela ideia errada dos espanhóis "ennn, é espanhol" e tal mas não. E isto tudo porquê? Porque o D. Afonso Henriques lá se zangou com a mãezinha, arranjou uns parvos para combater com os parvos da mãe e depois formou aqui uma quinta, que somos nós. Portugal é uma quinta.



Aqui não dá para transparecer mas ela ri-se muito, ela é demasiado sociável e exagerada por natureza. E pronto, por hoje é isto, mas voltarei com a saga para vocês. Isto há que ser partilhado.

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