" Encontro-me meia adormecida, no limiar entre a realidade e o mundo dos meus sonhos. Fecho o livro, coloco-o na mesinha junto à cama e encosto-me a ti. Sei que nao me vais dar atenção, estás perdido no mundo das tecnologias mas eu não me importo, já estou mais que habituada e agora só queria um sinal do teu amor.
Às vezes questiono-me porque estás comigo, não percebo o que é e do que vive a nossa relação. Observo o teu ar profundamente concentrado e o teu olhar fixo, como uma criança a perscrutar o céu e admirando as estrelas, a imensidão do universo. Não vale a pena. Deito a minha cabeça no teu peito e fico atenta ao bater do teu coração. Por que bate o teu coração? Pelos teus jogos de futebol? Pela tua mãe? Pela ciência que te acompanha noite e dia? A minha respiração toma o mesmo ritmo e seria de esperar que nos sentisse como um só mas não é o que acontece. Que se passa comigo? Que se passa contigo? Esqueceres-te de mim como se eu fosse as chaves do carro perdidas pela casa. Eu estou aqui. Por favor vê-me, eu estou aqui.
Inalo o teu odor característico e poderia ser dos mais belos perfumes. Com a ponta dos dedos percorro o teu tronco revestido pelo casaco que te comprei. Fecho os olhos e sinto-me em paz. A chuva lá fora faz-se ouvir e eu enrolo-me melhor na manta já tão usada mas no entanto tão nova e tão nossa. Ajeito a minha cabeça e sinto, finalmente, os teus lábios na minha face. Imagino o calor, a paixão a revolver o meu coração, a explosão de emoções por te sentir tão perto e tão meu. Tudo não passou de uma ilusão, cortesia do meu querido cérebro e sistema sensorial ao provocarem-me sensações de algo, ou melhor, alguém que nao estava ali. Não foste tu que me causaste isso e acho que nesse momento tudo começou a fazer sentido. A nossa relação não é nada, eu para ti não sou nada e sei que nunca estarias para mim como eu, frágil e insegura, preciso. As tuas palavras não chegam. E tudo o que eu queria era sentir-me amada. E quem eu realmente desejava de alma e coração, quem poderia vir a ser tudo o que eu sempre ansiei... Tu não, eu abri os olhos, olhei à minha volta e apenas soube. Tu não és ele. "
Inalo o teu odor característico e poderia ser dos mais belos perfumes. Com a ponta dos dedos percorro o teu tronco revestido pelo casaco que te comprei. Fecho os olhos e sinto-me em paz. A chuva lá fora faz-se ouvir e eu enrolo-me melhor na manta já tão usada mas no entanto tão nova e tão nossa. Ajeito a minha cabeça e sinto, finalmente, os teus lábios na minha face. Imagino o calor, a paixão a revolver o meu coração, a explosão de emoções por te sentir tão perto e tão meu. Tudo não passou de uma ilusão, cortesia do meu querido cérebro e sistema sensorial ao provocarem-me sensações de algo, ou melhor, alguém que nao estava ali. Não foste tu que me causaste isso e acho que nesse momento tudo começou a fazer sentido. A nossa relação não é nada, eu para ti não sou nada e sei que nunca estarias para mim como eu, frágil e insegura, preciso. As tuas palavras não chegam. E tudo o que eu queria era sentir-me amada. E quem eu realmente desejava de alma e coração, quem poderia vir a ser tudo o que eu sempre ansiei... Tu não, eu abri os olhos, olhei à minha volta e apenas soube. Tu não és ele. "
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